Foram 20 meses de espera e dúvidas desde a trágica madrugada do dia dos namorados de Pretória. Depois de um longo e televisionado julgamento, Oscar Pistorius vai, enfim, ouvir nesta terça-feira sua sentença. O astro paralímpico foi considerado culpado pelo homicídio culposo, quando não há intenção de matar, da namorada Reeva Steenkamp. A justiça o considerou inocente diante da acusação de assassinato premeditado.
A última semana foi marcada pelas considerações finais de acusação e defesa. Diante da corte, os lados mostraram disparidade. O advogado Barry Roux apontou, com ajuda de uma psicóloga, um réu devastado, quebrado e com remorso e acredita que uma pena de ações comunitárias, de trabalhos úteis para a sociedade, seja a melhor opção. Um assistente social chegou a recomendar pena de prisão domiciliar por
três anos, cumprindo 16 horas de serviço comunitário por mês. A sugestão
foi tratada como imprópria pela promotoria.
Representante da acusação, Gerrie Nel pediu mais dureza por parte da justiça sul-africana. Ele afirmou que a pena de pelo menos 10 anos de prisão é o necessário para satisfazer a sociedade. Durante a semana passada, a questão da estrutura penitenciária do país foi bastante discutida. A defesa afirma que as cadeias locais não têm estrutura e segurança para receber um detento biamputado como Pistorius. A acusação rebateu e alegou, também através de testemunhas, que existe até mesmo uma ala hospitalar na prisão.
Os depoimentos finais também tiverem momentos emotivos. A acusação levou Kim Martin, prima de Reeva, para falar diante da corte. Bastante abalada, ela falou em nome dos pais da vítima e disse que Oscar Pistorius precisava pagar pelo que fez. Antes, a defesa havia mostrado o lado humanitário do acusado, mostrando seu trabalho solidário e de fonte de inspiração. Uma cobertura maliciosa da mídia também foi apontada pelo advogado, que relatou “difamação e humilhação”.
O veredito:
No mês passado, a juíza Masipa anunciou o seu veredito do episódio que chamou a
atenção do mundo desde o ano passado. Primeiramente, a corte inocentou astro paralímpico das acusações de assassinar de forma premeditada a namorada
Reeva Steenkamp. Depois, o tribunal o declarou culpado por
homicídio culposo, em que não há a intenção de matar. A pena pode variar entre multa e 15 anos de prisão.
Além da morte de
Reeva, Oscar Pistorius foi julgado por outras três acusações: disparo de
arma de fogo em público, através do teto solar de um carro em novembro
de 2012; outro disparo de arma de fogo em público, em um restaurante em
janeiro de 2013; e posse ilegal de munição. O atleta foi considerado
culpado pelo segundo e inocentado nos demais.
Lembre o caso:
No dia 14 de fevereiro de 2013, Oscar Pistorius deixou sua casa em
Pretória
escoltado por autoridades como principal suspeito de matar a sua
namorada, a modelo Reeva Steenkamp, naquela madrugada. Em depoimento, o
atleta
alegou que ouviu barulhos e efetuou os disparos de arma de fogo após
confundir a companheira com um ladrão. A promotoria, no entanto,
acredita que o crime foi premeditado e executado após uma discussão do
casal. Após uma semana de audiências, no ano passado, o juiz Desmond Nair garantiu a
fiança ao medalhista paralímpico e anunciou que ele responderia pela
morte de Reeva em liberdade.