Por daniela.lima

Rio - Temas como liberdade de imprensa, manifestações, radicalismos de esquerda e direita dão a tônica de ‘118 Dias’. O filme já chega às telas com a suprema vantagem de, sem se render a clichês panfletários ou doutrinadores, tocar em nervos expostos da política, todos bem atuais.

Bahari (Gael) e Rosewater (Kim Bodnia)%3A torturas e visões Divulgação


Gael García Bernal é o jornalista iraniano Maziar Bahari, que na vida real é repórter da BBC — ‘118 Dias’ baseia-se num livro dele. Ele vive em Londres e, em 2009, vai a Teerã, capital do Irã, cobrir a disputa eleitoral entre o presidente em exercício Mahmoud Ahmadinejad e o opositor Mir-Hossein Mousavi.

Durante o trabalho, Bahari faz amizade com moradores de um subúrbio de Teerã que instalaram várias antenas parabólicas clandestinas no terraço de uma casa — numa espécie de tráfico de informações. Com a vitória de Ahmadinejad e a suspeita de fraude na eleições, vêm manifestações de rua, que ele transmite via celular para Londres. Acaba preso, sob acusação de espionagem. Durante o confinamento (que dura 118 dias), é torturado e tem visões em que se encontra com o pai e a irmã, militantes comunistas já mortos. Desenvolve uma relação de provocação aberta com seu torturador, o enigmático Rosewater (Kim Bodnia).

Não por acaso, roteiro e direção ficaram a cargo de um jornalista, Jon Stewart, do programa ‘The Daily Show’. Ambos, Stewart e Maziar Bahari, falam em ‘118 Dias’ do que vivem. Ou do que se arriscam a viver.

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