30/09/2014 17h49 - Atualizado em 30/09/2014 18h12

Ônibus param às 18h30 desta terça-feira na Grande Florianópolis

Decisão foi tomada pelo Sintraturb confirmada pela Prefeitura da capital.
À tarde foi buscada alternativa para evitar paralisação, sem acordos.

Do G1 SC

Ônibus é incendiado na Tapera, em Florianópolis, na manhã de terça (Foto: Polícia Militar/Divulgação)Ônibus é incendiado na Tapera, em Florianópolis,
na manhã de terça (Foto: Polícia Militar/Divulgação)

A Prefeitura de Florianópolis confirmou, por meio de nota oficial, que o último horário dos ônibus que atuam na região será 18h30 desta terça-feira (30). De acordo com o Sintraturb, os ônibus que saírem do Centro da capital devem completar o trajeto até os bairros e depois seguir para as garagens. Depois disso, os veículos deixam de circular e só retornarão às 6h de quarta-feira (1º).

A decisão foi tomada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Urbano da Grande Florianópolis (Sintraturb), na manhã desta terça-feira (30), devido aos ataques a ônibus desde a última sexta-feira (26). Até a tarde desta terça 13 ônibus foram incendiados no estado.

Durante o dia, a Prefeitura e a Polícia Militar informaram que buscavam alternativas para evitar o encerramento do expediente às 18h30. Foi sugerida escolta entre 20h e 23h, além de policiais à paisana dentro dos veículos, para garantir segurança de trabalhadores e usuários do transporte coletivo. Apesar disso, uma reunião por volta das 16h acabou sem consenso e a definição dos trabalhadores foi mantida. 

"A situação exige equilíbrio e bom senso, nós vamos garantir todo o acompanhamento e escolta dentro do plano de emergência feito pela Prefeitura", afirmou o coronel Paulo Henrique Henn. Já o Município destacou que "lamenta a decisão e informa que vai prosseguir negociando para que o sistema volte à normalidade o mais rápido possível", segundo a assessoria de imprensa do órgão.

Veja imagens dos ataques em Santa Catarina

Ataques confirmados
Até a tarde desta terça, a PM já confirmava 23 ocorrências registradas em Santa Catarina. Foram 13 ônibus queimados, cinco bases da PM tacadas, quatro casas de policiais militares alvejadas, três viaturas e um posto de combustível atingidos. Um suspeito foi morto e quatro foram capturados.

No total, quatro pessoas haviam sido capturadas e sete identificadas pela PM como envolvidas nos ataques. A polícia investiga a atuação de uma facção criminosa por trás das ações, mas ainda não correlaciona os casos devido a atuação de oportunistas.

Cobrador sofreu pequeno corte na mão e motorista não se feriu no incêndio em Florianópolis na manhã desta terça  (Foto: Jacksom dos Santos/Divulgação)Cobrador sofreu pequeno corte na mão e motorista
não se feriu no incêndio em Florianópolis nesta
terça (Foto: Jacksom dos Santos/Divulgação)

O ataque mais recente foi o da tarde desta terça, em Itapema. Por volta das 14h30, três homens queimaram uma viatura da PM que estava em uma oficina mecânica do bairro Morretes, informa a PM. Os suspeitos usaram um Golf preto na abordagem. Na fuga, abandonaram o carro às margens da BR-101. O veículo foi apreendido.

Além desse, ônibus foram incendiados em várias cidades. Casas de policiais foram alvejadas por disparos, assim como bases da polícia. Viaturas e um posto de combustível também foram alvo da ação dos crimininosos.

Segundo a Polícia Militar, a principal intenção dos envolvidos nos ataques ocorridos desde sexta-feira (26) é sufocar as ações da polícia em relação ao combate às drogas e crime, além de uma represália ao número crescente de suspeitos mortos em conflito com a polícia.

O diretor do Diretoria Estadual Investigações Criminais (Deic), delegado Akira Sato, sustenta a mesma versão. "Alguns pontos indicam que as ocorrência são em retaliação as ações policiais, apreensões e por uma ação muito efetiva do estado", disse.

Escolta aos ônibus
A partir desta terça-feira (30), policiais militares fardados e à paisana irão acompanhar itinerários de ônibus dentro dos coletivos da Grande Florianópolis. Segundo o comandante-geral da PM, coronel Valdemir Cabral, a medida visa a segurança dos trabalhadores e usuários após 13 ônibus serem incendiados desde sexta-feira (26) no estado.

"Também teremos viaturas descaracterizadas para escolta e abordar criminosos antevendo os ataques", afirmou Cabral. Desde sexta-feira, linhas de ônibus são acompanhadas pela PM. O trabalho foi intensificado desta segunda (29) para terça (30), em acordo com as empresas de trasporte público, afirmou a PM.

O comandante-geral da PM ainda reforça que mais policiais foram deslocados para atuar nas ruas. As aulas no centro de ensino e formação da polícia foram suspensas e os alunos-sargentos estão reforçando as escoltas dos ônibus. Desde sexta, o setor de Inteligência da Polícia Militar está em alerta por causa de informações de ameaças contra policiais civis e militares.

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