Estrutura preparada para receber atletas britânicos em BH é considerada melhor que a dos brasileiros

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia
29/09/2014 às 07:33.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:23
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Escolhida pela Associação Olímpica Britânica (BOA) para ser o local de preparação para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, Belo Horizonte está quase pronta para se tornar um verdadeiro “quartel-general”. Já está acertado que os britânicos utilizarão as instalações do Minas Tênis Clube, do Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG e do Clube Mineiro de Caçadores (CMC) de Santa Luzia.
 
Mas o que poucos sabem é que, para atletismo e natação, os britânicos terão infraestruturas melhores que as dos próprios brasileiros. É o que garante Leszek Szmuchrowski, responsável pelo Centro de Treinamento Esportivo da UFMG.
 
“No atletismo e na natação, os britânicos terão a melhor pista e a melhor piscina para se prepararem. Já temos o melhor centro de treinamento da América Latina no que diz respeito ao atletismo. Além disso, no ano que vem, será entregue o nosso parque aquático, dentro das normas da Federação Internacional de Natação (Fina)”, explica Leszek, que também é professor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da universidade.
 
Inaugurada em junho de 2012, a pista de atletismo de nove raias utiliza a mesma tecnologia da pista das Olimpíadas de Londres e recebeu certificação Classe 1, a máxima concedida pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF).
 
Já o parque aquático, que está em reta final de construção, terá uma piscina de 65m x 22,86 m, com duas plataformas móveis, inéditas no país, que permitirão dimensões variáveis. A data prevista para a inauguração é julho de 2015.
 
Pouco Caso
 
A pergunta que não quer calar é: por que, em vez de deixar os britânicos ocuparem o CTE, não usá-lo em benefício dos brasileiros?

“Tentei fazer do Centro a sede da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), mas não quiseram, não sei o porquê. Nesses dois anos em que a pista está pronta, muito pouca coisa foi feita para aproveitá-la. Só espero que, depois da Olimpíada, essa nossa estrutura seja usada para o futuro do esporte brasileiro”, afirma Leszek.
 
Após os Jogos, centro ganhará ginásio para esportes coletivos
 
Construído e mantido por meio de uma parceria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com o governo do Estado, o Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da instituição passará por mais uma ampliação após a Olimpíada do Rio.
 
Será erguido um ginásio poliesportivo para treinamento de outros esportes como vôlei, basquete, handebol, ginástica artística e olímpica, judô, tae-kwon-do, dentre outras modalidades.
 
Apesar de ser considerado o centro de treinamento mais sofisticado do país, o CTE foi construído apenas para treinamentos e estudos que visem estabelecer uma política integrada de desenvolvimento técnico-científico para atletas e treinadores.
 
“Por mais que seja um local público, o CTE foi feito para o treinamento de atletas de alto rendimento. Aqui, faremos a preparação desde a base até os profissionais”, explica o professor Leszek Szmuchrowski, responsável pelo centro. “O local não foi projetado para receber competições. Para isso, precisaríamos colocar arquibancadas móveis temporárias”, completa.
 
Futuro
 
Apesar de tudo, o especialista teme que o local se torne um “elefante branco” após 2016. “Um centro de treinamento como o nosso tem dois caminhos a seguir. Pode mudar a realidade do esporte no Brasil, mas também se transformar em um gigantesco elefante branco. E é disso que tenho medo”, alerta.

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