Mundo
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Assis Moreira, Valor — Genebra


O brasileiro Felipe Hees foi eleito para a presidência do Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS, sigla em inglês) da Organização Mundial do Comércio (OMC), em meio ao forte impasse entre os países sobre como tratar a proliferação de padrões privados que afetam o comércio agrícola internacional.

Hees é conselheiro da missão diplomática do Brasil junto à OMC, foi diretor de defesa comercial no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e é reputado pelo conhecimento do sistema multilateral de comércio.

O comitê, composto pelos 160 países membros da OMC, monitora a aplicação do acordo comercial que trata da segurança alimentar dos alimentos, da saúde dos animais e da preservação de vegetais, e examina medidas tomadas pelos diferentes países que podem se transformar em contenciosos.

Sua importância para o comércio agrícola vem crescendo. Uma pesquisa da OMC mostrou que as entidades que mais impõem padrões privados são grandes varejistas, como supermercados, e identificou produtos como carnes, vegetais e frutas como os mais visados.

O Brasil, Argentina e outros exportadores reconhecem a importância de exigências sobre a segurança e qualidade dos produtos, mas acham que  a multiplicação de requisitos privados torna-se protecionismo disfarçado.

Esses países alegam que tanto o número de exigências cresce, como muitas vezes não tem base científica e é aplicado de forma discriminatória. Em meio a discussões acirradas na OMC, no ano passado o comitê criou um grupo de trabalho liderado pela China e Nova Zelândia para tentar um acordo sobre a definição das normas privadas utilizadas por outros organismos internacionais e ver como eles poderiam ser adaptadas à segurança dos produtos, em harmonia com o Acordo SPS.

Mas vários países desenvolvidos, encabeçados pela União Europeia e EUA, acabaram retirando seu apoio à iniciativa,  alegando que isso implica que padrões privados eram cobertos pelo acordo da OMC.

Mesmo outros mais flexíveis, como Austrália, Canadá e Noruega também manifestaram a mesma inquietação. Em um ambiente exaltado, e com os negociadores constatando enorme desgaste nas discussões, os países decidiram na semana passada “dar um tempo”, para voltar depois a tentar superar o impasse.

É essa uma das tarefas do brasileiro Felipe Hees pelos próximos 12 meses na presidência do comitê. Além disso, os países podem acioná-lo para tentar evitar disputas sobre normas adotadas pelos países, indo de limites máximos de resíduos pesticidas nos alimentos até a prevenção de disseminação de parasitas nos frutos. 

Mais recente Próxima Congresso do Peru destitui primeira-ministra e agrava crise política

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Além de consultora na América Latina da Fireblocks e da Hashdex, Nicole Dyskant está à frente de seu escritório, o Dyskant Advogados, e trabalha para aumentar a presença de mulheres no mercado financeiro

‘Faço um trabalho para a indústria como um todo’, diz advogada que trabalha por políticas regulatórias globais de criptoativos

Fórmula 1 nunca mais foi a mesma depois que o maior ídolo brasileiro do automobilismo perdeu a vida num acidente em San Marino

30 anos sem Ayrton Senna: como o piloto se tornou o esportista brasileiro de maior projeção internacional após Pelé

Pesquisas mostram que o interesse de compra por algum produto aumenta cerca de 60% no Brasil se for associado a algum elemento da história do piloto, diz sobrinha

Startups globais buscam oportunidades de negócios no país com soluções sustentáveis

Tecnologia é aposta para mitigar danos ambientais

Inteligência artificial avança e traz oportunidades de negócios para o país em diversas áreas, inclusive por sua matriz energética majoritariamente limpa, enquanto regulação e combate às fake news se mantêm como desafios

Brasil no mapa da IA

Estratégia visa atender a demanda que a ferramenta tende a gerar de consumo para os grandes provedores de nuvem

IA generativa redesenha mercado de tecnologia

Helena Gualinga, da comunidade equatoriana de Kichwa Sarayaku, fez duras críticas à atuação de mineradoras e empresas do setor de energia

‘Amazonia chegou a um ponto de quase colapso’

Os dois países estão em uma corrida pelo desenvolvimento da inteligência artificial

Disputa EUA-China dificulta consenso sobre regulação

Em busca de financiamento, projeto pretende implantar sistemas agroflorestais em 28 municípios na Bacia do Rio Doce

IA reduz custos e garante maior eficiência nas operações

Uso da ferramenta remodela logística no país