France Presse

06/10/2015 12h59 - Atualizado em 06/10/2015 15h04

Ex-presidente de Assembleia Geral da ONU é denunciado por corrupção

John Ashe era embaixador de Antígua e Barbuda na ONU.
Ele receberia dinheiro de empresários.

Da France Presse

O primeiro-ministro de Barbados, John Ashe, presidente da 68ª Assembleia Geral da ONU, fala diante dos representantes de mais de 130 países (Foto: Stan Honda/AFP)Imagem de arquivo mostra John Ashe durante discurso na 68ª Assembleia Geral da ONU (Foto: Stan Honda/AFP)

A procuradoria de Nova York anunciou nesta terça-feira (6) que vai processar seis pessoas, incluindo o ex-presidente da Assembleia Geral da ONU John Ashe, por um caso de corrupção e pagamento de subornos por um milhão de dólares no seio das Nações Unidas.

Entre os denunciados está, além de Ashe (embaixador de Antígua e Barbuda na ONU), o vice-presidente permanente da República Dominicana, Francis Lozenzo, segundo uma cópia da denúncia da procuradoria do distrito sul de Manhattan.

As seis pessoas foram acusadas por cinco crimes, dentre eles conspiração para subornar um integrante da ONU, pagamento de subornos e conspiração para transporte de lavagem de dinheiro no período entre 2011 até 2014.

"Este caso envolve empresários que pagam suborno ao acusado John Ashe no momento em que ele cumpria o papel de embaixador de Antígua e Barbuda nas Nações Unidas como presidente da 68ª Assembleia Geral", afirma a denúncia de 37 páginas.

Ashe, diplomata de Antígua e Barbuda na ONU desde 1999 até dezembro de 2014, exerceu a presidência da 68ª Assembleia da ONU entre setembro de 2013 e setembro do ano passado.

Segundo a denúncia, "em troca dos subornos Ashe acordou e executou ações oficiais para empresários que buscavam benefícios da ONU e do governo de Antígua e Barbuda".

Os documentos mostram que Ashe aceitou mais de US$ 500 mil em subornos para promover ante a Secretaria Geral da ONU a necessidade de construir um centro de conferências das Nações Unidas em Macau projetado por empresários chineses.

Também recebeu outros US$ 800 mil  para apoiar interesses destas pessoas ante a ONU e ex-responsáveis do governo de Antígua e Barbuda, incluindo o então primeiro-ministro deste país, com quem compartilhou os subornos.

Integridade da ONU
O atual secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou nesta terça-feira que está impactado e profundamente preocupado pelas acusações de suborno contra John Ashe.

Ban afirmou que as acusações apresentadas contra Ashe "afetam profundamente a integridade das Nações Unidas", segundo um comunicado emitido por sua porta-voz, Stephane Dujarric.

Dujarric disse aos jornalistas que "soubemos destas acusações muito sérias nesta manhã".

"O secretário-geral ficou impactado e profundamente preocupado ao ser informado nesta manhã das acusações contra John Ashe", acrescentou.

"Se forem comprovadas, as acusações de hoje confirmarão que o câncer da corrupção que afeta tantos governos locais e estatais também infecta as Nações Unidas", indicou o procurador federal americano Preet Bharara, informando que a denúncia engloba um período que vai de 2011 a dezembro de 2014.

"Como se denuncia, para ter relógios Rolex, roupas feitas sob medida e uma quadra de basquete particular John Ashe, o 68º presidente da Assembleia Geral da ONU, se vendeu e vendeu a instituição mundial que liderava", acrescentou.

 

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