Economia

Líderes do G7 pressionam Trump e obtêm consenso no combate ao protecionismo

Na questão climática, prevaleceram divergências. Pelo Twitter, presidente americano diz que vai decidir sobre acordo de Paris na próxima semana

Líderes do G-7 e de países africanos posam para foto em reunião do bloco, em Taormina, na região da Sicília, na Itália
Foto: Stephane de Sakutin/AFP
Líderes do G-7 e de países africanos posam para foto em reunião do bloco, em Taormina, na região da Sicília, na Itália Foto: Stephane de Sakutin/AFP

TAORMINA, ITÁLIA - O encontro anual da cúpula do G7, que reúne as sete economias mais industrializadas, terminou neste sábado com avanços na área comercial. Após forte pressão sobre os Estados Unidos e discussões que se prolongaram até 3h da madrugada, os chefes de Estado finalmente concordaram em reiterar "o compromisso com a abertura de mercados e com o combate ao protecionismo".

O comunicado final foi considerado um avanço, uma vez que os Estados Unidos resistiam a apoiar a condenação a medidas protecionistas, defendidas pelo presidente americano, Donald Trump, durante sua campanha eleitoral. Na questão climática, porém, Trump não cedeu e, destoando dos demais líderes, se recusou a endossar o Acordo de Paris, que trata da redução de emissões de gases do efeito estufa.

Os  chefes de Estado do G7, que reúne Estados Unidos, Canadá, Reino Unidos, França, Itália, Alemanha e Japão, estão reunidos na cidade de Taormina, na Itália. A reunião ocorre em meio a uma profunda crise migratória na Europa e à intensificação de atos terroristas, como o ocorrido esta semana em Manchester, no Reino Unido, que matou 22 pessoas. Além dos líderes das nações ricas, participaram do evento representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de países africanos, como Nigéria e Etiópia.

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Além da reafirmação da luta contra o protecionismo, o comunicado diz que os países do bloco vão se esforçar para "remover todas as práticas que distorcem o comécio, incluindo dumping, barreiras não tarifárias discriminatórias, subsídios" etc.  O protecionismo é um ponto sensível para o presidente americano Donald Trump, que foi eleito com a bandeira "Compre América". Por isso diplomatas que participaram das discussões comemoraram a nota.

— No fim, convencemos (os americanos) a incluir no comunicado o combate ao protecionismo. Isso foi um passo adiante — disse um diplomata francês.

Na questão climática, as conversas foram classificadas por diplomatas como "tensas e antagônicas". A chanceler alemã Angela Merkel não escondeu sua frustração. Disse que as discussões sobre mudanças climáticas  foram "muito insatisfeitas e acrescentou que "não há qualquer indicação de que os EUA vão concordar com o acordo nos próximos dias".

Ainda assim, um diplomata minimizou a resistência americana:

— Claro que gostaríamos que os Estados Unidos tivessem se comprometido (com o acordo), mas temos que ser realistas. Trump se envolveu no diálogo, fez perguntas, ouviu argumentos e se manteve no jogo.

Em seu Twitter, Trump afirmou que vai tomar uma decisão sobre o acordo de Paris na próxima semana.