27/08/2015 21h53 - Atualizado em 27/08/2015 21h56

Laudo da PF conclui que evolução de patrimônio de Dirceu é incompatível

Documento cita depósitos sem a comprovação da origem do dinheiro.
Defesa do ex-ministro disse todas as receitas foram declaradas à Receita.

DO G1 PR, com informações do Jornal Nacional

José Dirceu é preso pela PF na Operação Lava Jato (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)José Dirceu foi preso pela PF na Operação Lava
Jato, no dia 3 de agosto (Foto: Dida Sampaio/
Estadão Conteúdo)

Um laudo da Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, e o irmão dele, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, tiveram uma evolução de patrimônio incompatível com os ganhos que declararam à Receita Federal.

O documento cita depósitos e registro de lucro da empresa sem comprovação da origem do dinheiro.

O laudo é do dia 20 de agosto, mas foi protocolado no processo eletrônico da Justiça Federal, referente à 17ª fase da operação, nesta quinta-feira (27).

Por meio de nota, a defesa do Dirceu informou que "ainda não avaliou o laudo, porém reitera que, de acordo com a quebra dos sigilos fiscal e bancário em março, todas as receitas da JDA [a empresa do ex-ministro] haviam sido declaradas à Receita Federal e que a evolução patrimonial dos sócios sempre foi condizente com os resultados financeiros da empresa de consultoria."

17ª fase
Deflagrada no dia 3 de agosto, esta etapa da Lava Jato foi batizada de "Pixuleco" porque, segundo a Polícia Federal (PF), era o termo usado pelo ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto, preso numa fase anterior da operação, para falar sobre propina.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a PF, Dirceu participou da instituição do esquema de corrupção da Petrobras quando ainda estava na chefia da Casa Civil, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O ex-ministro "repetiu o esquema do mensalão", conforme  o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. "Não é à toa que o ministro do Supremo disse que o DNA é o mesmo. Nós temos o DNA, realmente, de compra de apoio parlamentar – pelo Banco do Brasil, no caso do mensalão, como na Petrobras, no caso da Lava Jato."

Dirceu foi "instituidor e beneficiário do esquema da Petrobras", mesmo durante e após o julgamento do mensalão, conforme o procurador.

O irmão do ex-ministro também foi preso na 17ª fase da operação. Ele foi solto dias depois por determinação da Justiça, já que sua prisão era temporária (com prazo de cinco dias). Já a prisão de Dirceu é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.  Ele está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.

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