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Polícia joga gás lacrimogêneo em estação de metrô em Caracas

Líder de partido opositor afirma que várias pessoas foram afetadas pelo efeito da bomba
Manifestantes em meio ao gás lacrimogêneo em Caracas, durante confrontos com a polícia Foto: FEDERICO PARRA / AFP
Manifestantes em meio ao gás lacrimogêneo em Caracas, durante confrontos com a polícia Foto: FEDERICO PARRA / AFP

CARACAS — Em mais um dia de protestos na Venezuela, agentes da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) lançaram gás lacrimogêneo dentro de uma estação de metrô em Caracas. Um líder do movimento juvenil do partido opositor Vontade Popular denunciou que várias pessoas foram afetadas pelos efeitos da bomba na estação de Chacao.

A coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) convocou para esta quarta-feira um bloqueio nacional de estradas contra a Assembleia Nacional Constituinte, convocada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e rechaçada por grande parte da população. Na principal avenida de Caracas, forças de segurança impediram manifestantes de saquear um caminhão durante a tarde. Alguns moradores aproveitam o momento dos protestos para roubar e furtar lojas e comércios em diversos pontos do país.

A MUD convocou mais manifestações para a quinta-feira com concentrações em nove pontos de Caracas, além de outras cidades. A oposição venezuela protesta incessantemente há quase três meses contra o governo de Maduro.

TENSÃO EM ALTA

O governo venezuelano defendia nesta quarta-feira a sua tese de uma tentativa de golpe de Estado, após denunciar que o máximo tribunal foi atacado com granadas por um helicóptero, um caso que gera suspeitas entre opositores e analistas. O helicóptero da Polícia Forense CICPC foi encontrado nesta quarta-feira no povoado de Osma, próximo a Caracas, informou o vice-presidente, Tareck El Aissami, sem reportar capturas.

Após vários dias denunciando um complô para derrubá-lo, o presidente assegurou que na terça-feira foram lançadas quatro granadas de um helicóptero policial contra o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e fizeram 15 disparos contra o Ministério do Interior. Não houve feridos, segundo Maduro, que disse ter sabido do caso em meio a um ato pelo dia do jornalista, transmitido pela televisão, no qual se mostrou tranquilo e continuou fazendo piadas. O autor identificado é Óscar Pérez, inspetor aeronáutico do CICPC, de 36 anos, e ator amador que protagonizou um suspense em 2015 com o apoio da instituição.

Um sobrevoo de helicóptero com cartazes contra Maduro fez subir a tensão em Caracas. O governo alega que houve 15 disparos contra o Ministério da Justiça. Granadas também teriam sido jogadas contra o Supremo Tribunal.
Um sobrevoo de helicóptero com cartazes contra Maduro fez subir a tensão em Caracas. O governo alega que houve 15 disparos contra o Ministério da Justiça. Granadas também teriam sido jogadas contra o Supremo Tribunal.

Ao criticar o silêncio de muitos países diante do suposto complô, o chanceler Samuel Moncada ordenou a seus embaixadores informar sobre este "ataque terrorista" a "todas as chancelarias do mundo".

— Estão protegendo os autores do fato com sua cumplicidade e ignorância fingida — assinalou Moncada em entrevista coletiva, questionando os Estados Unidos, o México e a União Europeia e agradecendo a solidariedade de Bolívia, Cuba, Equador e Turquia.

Após vários dias denunciando um complô para derrubá-lo, o presidente assegurou que na terça-feira foram lançadas quatro granadas de um helicóptero policial contra o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e fizeram 15 disparos contra o Ministério do Interior.