01/12/2015 06h38 - Atualizado em 01/12/2015 07h23

Polícia do DF apura suposta agressão a cliente por usar mochila em bar

Estabelecimento fica em Águas Claras, e proprietário nega 'acusações'.
Homem diz que funcionários picharam carro dele; incidente foi na sexta.

Jéssica NascimentoDo G1 DF

Veículo de Victor Franco foi pichado com o nome "Sisha" (Foto: Victor Franco/Arquivo Pessoal)Veículo de Victo foi pichado com o nome do bar "Sisha", em Brasília (Foto: Victor Franco/Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga suposta agressão ao cliente de um bar de Águas Claras na última sexta-feira (27), que alega ter sido hostilizado por funcionários por usar mochila. O secretário Victor Franco, de 22 anos, também diz que os trabalhadores quebraram e picharam o carro dele. Ao G1, o proprietário do Burn Shisha Bar negou a versão do homem e disse estar à disposição da Justiça.

Franco diz que chegou ao bar por volta de 1h e foi proibido de entrar por estar utilizando uma mochila. Segundo ele, três funcionários impediram que ele passasse.

"Eles implicaram comigo e nós começamos uma discussão. Os três vieram para cima de mim e, como eu estava sozinho, levantei uma mesa para me defender. Não a quebrei, apenas a levantei para impedir a agressão."

Ao perceber a confusão, a namorada dele, que já estava no local com uma amiga, tentou separar a briga. Ela diz que foi atingida por um dos funcionários.

"Um garçom me empurrou para me tirar de perto dele [Franco] e acabou acertando meu rosto. Fui perguntar se ele ia bater em mulher, e ele me deu outro empurrão. Eu não havia bebido, e me lembro bem da cara de todos", contou Karla Torres, de 25 anos.

Carro de Victor Franco com vidro quebrado, em Brasília (Foto: Valéria Sokal/Arquivo Pessoal)Carro de Victor Franco com vidro quebrado, em Brasília (Foto: Valéria Sokal/Arquivo Pessoal)

Segundo o secretário, Karla já o havia convencido de sair do estabelecimento. Ele conta que, enquanto descia as escadas para ir embora, um outro funcionário o atingiu pelas costas.

"Todos que trabalham lá são despreparados. Confesso que tinha bebido e que até estava bêbado. Porém, eu não estava louco. Não quebrei nada e nem arrumei confusão de graça. O atendimento é péssimo e os funcionários acham que podem tratar mal os clientes", diz.

Todos que trabalham lá são despreparados. Confesso que tinha bebido e que até estava bêbado. Porém, eu não estava louco. Não quebrei nada e nem arrumei confusão de graça. O atendimento é péssimo e os funcionários acham que podem tratar mal os clientes"
Victor Franco
cliente

Proprietário do Shisha Bar, Luiz Carlos Oliveira, de 30 anos, conta que não houve agressão por parte dos funcionários e nem problemas com a mochila do cliente. Ele conta que o jovem já chegou transtornado e nervoso ao local.

"O rapaz apareceu do nada, empurrando a entrada. Ele gritava e dizia que ninguém o tiraria de lá [do bar], e gesticulava como se fosse nos bater a qualquer momento. Ele estava muito bêbado e assustando os clientes. O Shisha existe desde setembro, e isso nunca aconteceu. Por isso, chamamos a polícia e fomos todos à delegacia."

O proprietário, Franco e a namorada foram encaminhados para a 21º DP, em Taguatinga Sul. Todos prestaram boletim de ocorrência e foram liberados logo em seguida. O casal de namorados voltou ao bar para pegar o carro e irem embora. Entretanto, Franco diz que bateu o carro no meio-fio na pista molhada e optou por deixá-lo na rua e chamar o guincho no dia seguinte.

Fachada do Sisha, em Águas Claras, no Distrito Federal (Foto: Luis Carlos Oliveira/Arquivo Pessoal)Fachada do Sisha, em Águas Claras, no Distrito Federal (Foto: Luis Carlos Oliveira/Arquivo Pessoal)

"No sábado, quando chegamos para guinchar o carro, o encontramos em um estado deplorável. Ele estava pichado, amassado e com o vidro quebrado. O pessoal do bar sabia que o carro era meu, eles viram eu indo embora. Não é possível que um mendigo ou uma pessoa de fora iria pichar o meu carro com o nome do estabelecimento", diz Franco, que pretende entrar na Justiça contra o bar.

Franco me ameaçou diversas vezes de morte. Ele me ligou e me xingou de nomes inimagináveis. Agora eles terão que provar que isso aconteceu. Não tem lógica pichar algo com o nosso nome em um carro"
Luiz Oliveira,
proprietário do bar

O dono do bar nega as acusações e diz que registrou dois boletins de ocorrência. Um, sobre as agressões, e o outro, sobre uma postagem feita por Karla nas redes sociais.

"Franco me ameaçou diversas vezes de morte. Ele me ligou e me xingou de nomes inimagináveis. Agora eles terão que provar que isso aconteceu. Não tem lógica pichar algo com o nosso nome em um carro", declarou.

A Polícia Civil informou que a 21ª DP investiga as ocorrência como ameaça, injúria, dano e vias de fato (quando não tem lesão corporal).

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