31/07/2015 17h21 - Atualizado em 31/07/2015 19h46

Vídeo mostra explosão de bomba caseira no Instituto Lula, em SP

Às 22h18 de quinta-feira, carro escuro se aproxima e um artefato é lançado.
Polícia apura autoria do crime; instituto classifica ato como ataque político.

Do G1 São Paulo

Câmeras de segurança registraram a explosão de uma bomba caseira em frente à sede do Instituto Lula, no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, na noite desta quinta-feira (30). Para o instituto, trata-se de um "ataque político". A polícia de São Paulo apura o caso.

As imagens mostram um carro escuro se aproximando e uma bomba sendo arremessada contra a sede. O ataque ocorreu às 22h18. Na manhã desta sexta, o G1 foi ao local e registrou as marcas provocadas pelo estilhaço da bomba. Um buraco e uma fissura foram abertos na garagem do imóvel. Não houve feridos.

O diretor do instituto, Celso Marcondes, disse se tratar de uma bomba de fabricação caseira e afirmou que os estilhaços provocaram uma fissura no portão de acesso à garagem. "Classificamos isso como um atentado político porque aqui é o escritório onde o ex-presidente Lula trabalha. É o escritório onde ele despacha todos os dias. É de conhecimento público."

Marcondes disse que, desde a inauguração do Instituto Lula, há quatro anos, essa foi a primeira vez que o local foi alvo de um ataque.

Bomba explode em frente ao Instituto Lula, em São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)Bomba explode em frente ao Instituto Lula, em São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)

O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, conversou pela manhã desta sexta (31) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o ataque.

Segundo a secretaria, a perícia foi determinada e as investigações policiais já começaram. O G1 acompanhou o trabalho de policiais civis e policiais militares na porta do Instituto no início da tarde desta sexta-feira (31) (veja no vídeo abaixo as marcas dos estilhaços provocados pela explosão).

"Bomba foi, com certeza", disse o perito Ivan Ribeira Candeias, do Instituto de Criminalística da Polícia Tecnico-Científica. "Coletamos o que parece ter pólvora para análise". Em nota, o instituto também disse que “espera que os responsáveis sejam identificados e punidos”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utiliza o instituto como escritório e fica no prédio das 9h às 21h.

Segundo Celso Marcondes, diretor do instituto, um pequeno grupo se manifestou contra o presidente Lula às 15h desta quinta-feira em frente à sede do Instituto. Depois, às 9h desta sexta-feira, nova manifestação ocorreu e funcionários do Instituto tiraram fotos dos participantes do ato e encaminharam à polícia.

'Estrondo'
Um comerciante que mora em uma casa ao exatamente ao lado do Instituto disse que estava vendo televisão quando foi surpreendido por um barulho forte durante a noite.

Furo no portão da garagem do Instituto Lula após ataque à bomba (Foto: Kleber Tomaz/G1)Furo no portão da garagem do Instituto Lula após
ataque à bomba (Foto: Kleber Tomaz/G1)

“Foi um estrondo muito grande, parecia um transformador de luz estourando. Eu saí na janela para ver e tinha uma fumaça muito alta. Desci para ver o que era e tinha um furo na porta da garagem do Instituto. Estava toda chamuscada”, relatou o comerciante César Cundari, de 53 anos.

Segundo o comerciante, manobristas e seguranças de uma unidade do Hospital São Camilo, em frente ao Instituto, disseram que a bomba foi lançada por ocupantes de um carro, cujo modelo e placa não foram identificados.

É a primeira vez que um ataque do tipo acontece na área, disse César, que mora ali há 45 anos. Sua casa não tem câmera de segurança voltada para a rua.

O médico Adalto, que não passou o sobrenome, afirmou que às 22h20 ouviu uma explosão enquanto estava na UTI do hospital São Camilo, que fica em frente ao Instituto. "Foi um barulho muito forte", disse o intensivista. Ele conta que pensou que o som viesse de dentro do hospital.

Diretório
Em março, o Diretório do Partido dos Trabalhadores (PT), no Centro de São Paulo, foi alvo de ataque à bomba. Em nota de repúdio, o partido diz que o “atentado não foi cometido somente contra o PT, mas contra o Estado Democrático de Direito”.

Fissura no portão do Instituto Lula (Foto: Kleber Tomaz/G1)Fissura no portão do Instituto Lula
(Foto: Kleber Tomaz/G1)

O diretório fica na Rua São Domingos, na Bela Vista. O explosivo não deixou feridos, mas quebrou vidros e danificou a porta de entrada do prédio. Segundo o site do PT, não havia ninguém no imóvel durante o ataque. A Polícia Militar registrou o ataque às 3h. Não há suspeitos do crime.

A nota do partido diz que “são ações que ferem o direito legítimo às organizações sociais, políticas e religiosas, previsto em nossa Constituição e presente nas nações democráticas”.

“Cabe a toda sociedade combater, repelir e condenar atos e atentados que visam destruir a democracia. Somente assim, poderemos fortalecer as instituições democráticas para continuar a trilhar um caminho de um país cada vez mais justo”, afirma o documento.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, repudiou o ataque com artefato explosivo contra o Instituto Lula. "São inaceitáveis esses atos de violência e intolerância no nosso país", afirmou Rossetto.

O ministro defendeu a apuração imediata para identificação e punição dos responsáveis. "O ataque ao Instituto Lula é uma agressão à nossa democracia. O Brasil tem um histórico de diálogo pacífico e rejeição a atos violentos, que esperamos que continue e seja ampliado. Minha solidariedade ao ex-presidente Lula e toda sua equipe de trabalho”, concluiu Rossetto.

Policiais fazem perícia no portão da garagem do Instituto Lula causado por bomba  (Foto: Kleber Tomaz/G1)Policiais fazem perícia no portão da garagem do Instituto Lula causado por bomba (Foto: Kleber Tomaz/G1)
Buraco causado por bomba na garagem do Instituto Lula (Foto: Kleber Tomaz/G1)Buraco causado por bomba na garagem do Instituto Lula (Foto: Kleber Tomaz/G1)
Carro da Polícia Civil em frente ao Instituto Lula, alvo de ataque à bomba  (Foto: Kleber Tomaz/G1)Carro da Polícia Civil em frente ao Instituto Lula, alvo de ataque a bomba (Foto: Kleber Tomaz/G1)

 

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