Uma reunião realizada nesta quinta-feira (8) na sede da Companhia Docas do Pará (CDP) definiu uma estratégia para a retirada de resíduos na área do naufrágio ocorrido no porto de Vila do Conde, em Barcarena, no nordeste do Pará. Um navio com 5 mil bois vivos naufragou às margens do porto na última terça (6) e o óleo da embarcação vazou, se espalhando por praias da região. O serviço completo de limpeza na área tem previsão de duração de até 6 meses.
A reunião definiu que o serviço será realizado em quatro etapas, com a primeira iniciada nesta sexta-feira (9) por uma empresa estrangeira. Bóias serão usadas para conter os vazamentos e controlar os danos já causados à biodiversidade e às comunidades ribeirinhas da região. Lideranças das comunidades afetadas serão ouvidas a partir desta sexta.
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Cerca de 600 mil litros de óleo diesel serão retirados do rio na segunda e na terceira etapas do serviço, que também prevê o resgate de aproximadamente 4900 bois mortos que continuam dentro na embarcação. "A cada dia que passa, a tragédia fica maior. Há uma emergência que precisa ser tratada como emergência", disse Parsifal Pontes, diretor presidente da CDP.
A CDP vai arcar com as despesas do serviço, que podem ultrapassar R$ 150 mil por dia. Um acordo de ressarcimento é discutido com a empresa responsável pelo navio.
Por meio de uma rede social, o secretário de meio ambiente do Pará, Luiz Fernandes, informou que o Governo poderá aumentar a multa da empresa responsável pelo navio, caso não seja apresentado até esta sexta um plano de ação para retirar os resíduos da embarcação naufragada.
Naufrágio
O navio naufragou na manhã da última terça quando estava carregado com cerca de cinco mil bois vivos. A carga era da multinacional Minerva, de Barretos (SP). A praia do Conde, localizada na área afetada pelo derramamento, foi interditada e segue proibida para qualquer tipo de atividade. De acordo com a CDP, a embarcação transportava cerca de 700 toneladas de combustível. Ainda segundo a CDP, o óleo pode chegar em outras praias da região.
Na manhã da última quarta-feira (7), durante uma reunião no Porto de Vila do Conde entre autoridades municipais, estaduais e federais, foi criado um comitê gestor de gerenciamento de crise para o caso. Em Belém, também ocorreu uma reunião com autoridades ambientais, quando foi montado um planejamento que possa diminuir os danos ambientais provocados pelo acidente.
As empresas notificadas têm até cinco dias para apresentar uma explicação. São elas: Minerva Foods, Serveporte e Global Agência Marítima e a Companhia de Docas do Pará. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), pouco mais de 100 bois foram resgatados com vida. A maior parte morreu afogada e muitos animais não conseguiram sobreviver porque teriam ficados presos no porão do navio.
Ainda segundo o Ibama, ainda há 730 mil litros de diesel na embarcação submersa. A previsão é que o esquema montado para a retirada do navio, dos animais, além da limpeza da área, seja concluída em 40 dias. O custo da operação deve ser de R$150 mil por dia.