Cidades do Piauí e de Minas Gerais lideram desmatamento na Mata Atlântica
Cidades do Piauí e Minas Gerais lideram o ranking de desmatamento no país, segundo levantamento publicado nesta quarta-feira (17) pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Segundo o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, a cidade de Manoel Emídio (PI), com 3.134 hectares, lidera o ranking de desmatamento no período entre 2012 e 2013. No total geral, o desmatamento teve alta de 9% em relação aos anos de 2011 e 2012.
Entre 2000 e 2013, Jequitinhonha (MG) foi a campeã de desmatamento, com 8.685 hectares, seguida pela também mineira Águas Vermelhas (6.231 hectares) e pela catarinense Itaiópolis (5.639 hectares).
De acordo com o relatório, cinco dos dez municípios que mais desmataram a Mata Atlântica no Brasil no período entre 2012 e 2013 ficam em Minas Gerais -- Estado que liderou o ranking do desmatamento por cinco anos consecutivos.
No Piauí, a cidade de Alvorada do Gurguéia desmatou 2.491 hectares no mesmo período, o que a coloca em 2º lugar no ranking nacional. O Estado, porém, também possui os dois municípios mais conservados do Brasil (Tamboril do Piauí e Guaribas), ambos com 96% de vegetação natural, que abrigam parte do Parque Nacional da Serra das Confusões, uma importante Unidade de Conservação da região.
Os dez municípios que mais desmataram entre 2012 e 2013 foram Manoel Emídio (PI), com 3.134 hectares, Alvorada do Gurguéia (PI), com 2.491 hectares, Águas vermelhas (MG), com 843 hectares, Ponto dos Volantes (MG), com 720 hectares, Eliseu Martins (PI), com (718), Itinga (659), Wanderley (646), Curral de Dentro (538), Brejolândia (500) e Novo Cruzeiro (371).
Já os dez municípios mais conservados segundo o ranking são Tamboril de Piauí (PI), Guaribas (PI), Bom Jardim da Serra (SC), João Costa (PI), Caracol (PI), Santana de Pirapama (MG), Buenópolis (MG), Urupema (SC), Pacatuba (CE) e São Joaquim (SC).
Segundo Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, o desmatamento no Piauí tem ligação com o aumento da produção agrícola no Estado, que subiu 135,3% no último ano e duplicou as áreas desmatadas de Mata Atlântica.
“Este crescimento tem sido um forte motivo de preocupação. Começamos a monitorar o Piauí no ano passado, e ele já entrou no ranking dos maiores desmatadores. Este é um alerta ao Governo do Estado, às prefeituras e ao Ministério Público local para verificar e intensificar a fiscalização na região”, afirma.
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