24/02/2015 12h41 - Atualizado em 24/02/2015 14h54

Protestos aumentam para R$ 4,50 o preço da gasolina no norte do Paraná

Valor é cobrado em posto de combustíveis de Arapongas neste terça (24).
Caminhoneiros fecham rodovias estaduais de federais em todo o estado.

Rodrigo SavianiDo G1 PR

Preço da gasolina é cobrado a R$ 4,50 em um posto de combustíveis de Arapongas (Foto: Reprodução/RPC)Preço da gasolina é cobrado a R$ 4,50 em um
posto de combustíveis de Arapongas (Foto:
Reprodução/RPC)

Os protestos de caminhoneiros nas rodovias do Paraná deixaram alguns postos de combustíveis desabastecidos em algumas cidades do estado nesta terça-feira (24). Em outros casos, a escassez do produto fez com que alguns estabelecimentos elevassem o preço. Em Arapongas, na região norte do Paraná, um dos postos está cobrando R$ 4,50 pelo litro da gasolina. Apesar do preço, motoristas formaram fila no local, já que outros estabelecimentos da cidade estão sem combustível.

A falta de abastecimento de combustível também afeta os postos de Londrina e de Apucarana . Alguns postos das duas cidades ficaram sem gasolina e álcool na manhã desta terça-feira. Nos locais que ainda têm combustíveis, motoristas também fazem filas para abastecer. 

Em Querência do Norte, no noroeste do Paraná, dos três postos de combustíveis da cidade, dois deles estão sem combustíveis para comercialização. 

Gasolina chega a R$ 5 no sudoeste
Em Pato Branco, no sudoeste, postos de combustíveis ficaram sem gasolina na segunda-feira (23). Em alguns, que ainda tinham combustível, o litro da gasolina atingiu a casa dos R$ 5.

O Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Paraná (Procon-PR)  de Pato Branco registrou as reclamações. “Recebemos ligações e pedimos para as pessoas irem até o Procon com fotografias ou com notas fiscais para formalizar a reclamação. Com essas provas vamos encaminhar a denúncia ao Ministério Público”, comenta a diretora do Procon de Pato Branco, Alessandra Botelho Elias dos Santos. Segundo ela, dois postos cobraram R$ 5 pelo litro da gasolina e em outro o litro era vendido a R$ 4,20.

Prefeituras suspendem transporte escolar
A falta de combustíveis levou prefeituras do sudoeste a suspender o transporte escolar por tempo indeterminado. Em Santo Antônio do Sudoeste, 1,7 mil alunos estão sem aulas desde segunda-feira (23). Já em Realeza, mesmo sem transporte as aulas continuam e os estudantes prejudicados terão de repor as aulas quando o serviço for normalizado.

Posto coloca aviso sobre a falta de combustíveis em Arapongas (Foto: Alberto D'Angele/RPC)Posto coloca aviso sobre a falta de combustíveis em Arapongas (Foto: Alberto D'Angele/RPC)

Protestos em todo o estado
Os caminhoneiros protestam contra o aumento dos preços do diesel e dos pedágios. Os profissionais realizam bloqueios em várias estradas do Paraná nesta terça-feira. Até as 11h, havia 17 pontos de interdição nas rodovias federais do estado. No mesmo horário, pelo menos 23 trechos de estradas estaduais também estavam parcialmente fechados pelos caminhoneiros.

A categoria realiza manifestações no estado desde o dia 13 de fevereiro. Os protestos se intensificaram depois do feriado de carnaval e interditaram diversos trechos em todo o estado.Também há protestos em outras partes do Brasil.

Os trabalhadores também reclamam dos tributos sobre o transporte, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Eles pedem ainda melhorias nas estradas e a criação de uma tabela com preços fixos a serem cobrados pelo frete por quilômetro rodado, não mais por viagem.

 

Outros produtos são afetados
Outro produto que começa a atrasar para chegar até o comércio local são os medicamentos. A atendente de farmácia Simone Rufatto diz que fez o pedido na sexta-feira (20) e a entrega estava prevista para o dia seguinte, mas só conseguiu receber nesta segunda-feira. “Por enquanto é só atraso, mas ainda está chegando”, afirma.

Duas fábricas da BRF, que detém as marcas Sadia e Perdigão, interromperam, na segunda-feira, a produção de aves porque não estão conseguindo transportar os produtos até as cidades de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, no sudoeste.

Por meio de uma nota oficial, a BRF justificou que a interrupção dos serviços ocorre por causa dos protestos nas rodovidas, principalmente na região das duas fábricas. Segundo a BRF, as fábricas dependem diretamente do transporte nas rodovias do país para fechar todo o ciclo de produção e comercialização dos produtos.

A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) disse não concordar com a mobilização dos caminhoneiros. “Os transportadores estão contabilizando prejuízos e pedem medidas urgentes do governo federal, no entanto não compactuam com o movimento dos caminhoneiros, pois bloquear vias não é a melhor maneira de protestar", afirmou o presidente, Sérgio Malucelli.

veja também