O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Alegrete, na Região da Campanha do Rio Grande do Sul, está preocupado com a suspensão das atividades da empresa do ramo alimentício na cidade. A entidade afirma que recebeu um comunicado do grupo Marfrig confirmando a demissão de trabalhadores a partir de setembro. A decisão afetaria 680 pessoas, conforme o Sindalegrete.
O presidente do sindicato, Marcos Rosse, diz que fará reuniões para tratar do tema. Nesta quinta (21), falará com representantes do governo do Estado e, na sexta (22), terá encontro com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e diretores da Marfrig. Um dos principais pontos de descontentamento dos trabalhadores é que a companhia manteria a estrutura arrendada por ter a expectativa de reativar a unidade futuramente.
“A gente não aceita os termos da empresa sob hipótese alguma. Ela quer manter a planta alugada sem fazer liberação para outro. Se for preciso, vamos buscar juridicamente. A empresa até disse que poderia levar 100 pessoas para as outras duas unidades no estado, em Bagé e São Gabriel, mas não informou nada, não tem estrutura para isso”, declarou ao G1.
De acordo com Rosse, a decisão da Marfrig irá afetar mais da metade dos profissionais do ramo na cidade. “O número de demissões representa mais de 50% dos trabalhadores da alimentação. Considerando que temos 1,1 mil, no máximo 1,2 mil associados, que trabalham com arroz, frigoríficos ou padarias”.
Procurada pela reportagem, a Marfrig não confirmou o número de demissões. A empresa declarou, por meio de nota, que a suspensão temporária das operações na unidade é “por uma decisão estratégica e mercadológica”. Disse, ainda, que o processo foi conduzido com diálogo.
“A parada temporária de qualquer de uma das plantas do grupo no Brasil ou no exterior faz parte da dinâmica do nosso setor. Este processo é comum a qualquer setor econômico. Sendo uma empresa de capital aberto, agimos de forma transparente e em busca de crescimento e de maiores níveis de rentabilidade. Este processo se iniciou com diálogo aberto e transparente com o sindicato da região e com os produtores rurais”, diz o comunicado.