26/11/2014 16h41 - Atualizado em 26/11/2014 16h41

Movimento organiza protesto contra obra de hidrelétrica no rio Tapajós

Caravana viajou de Santarém para Itaituba nesta quarta-feira (26).
Coordenação estima que mil pessoas de vários estados participem.

Do G1 Santarém

RioTapajós, Santarém, Pará (Foto: Karla Lima/G1)RioTapajós, Santarém, Pará (Foto: Karla Lima/G1)

Uma caravana do Movimento ‘Tapajós Vivo’ saiu de Santarém, oeste do Pará, na manhã desta quarta-feira (26) com destino à comunidade São Luiz, próximo ao município de Itaituba. O objetivo da viagem é realizar uma manifestação, nesta quinta-feira (27), contra a construção da hidrelétrica São Luiz do Tapajós.

Segundo o coordenador do Movimento, Padre Edilberto Sena, 300 pessoas de Santarém já seguiram para o local. “De Aveiro vai sair outro barco com umas duzentas pessoas, os mundurukus do alto e médio vão descer também, vem ônibus de Mato Grosso, ônibus de Altamira (PA), de Trairão (PA) e Rurópolis (PA). Vão ser mais ou menos mil pessoas em São Luiz do Tapajós”.

 A coordenação estima que mil pessoas, de vários estados, participarão do manifesto. O professor da Universidade de São Paulo (USP), Célio Berman é um dos defensores do Tapajós. “A preservação desses elementos não interessa a quem propõe as usinas hidrelétricas. Como acadêmico na universidade e professor na área de energia, eu acompanho esses movimentos e procuro, no ponto de vista cientifico, entender esses conflitos e ajudar as populações dando conteúdo técnico para que elas possam ser consideradas como atores no processo de decisão”

A usina de São Luiz do Tapajós é o maior empreendimento do tipo planejado no país para os próximos anos. Ela terá potência de 8 mil MW (megawatts) e vai demandar investimentos estimados em R$ 30 bilhões.

Desde 2008 o Movimento ‘Tapajós Vivo’ luta em prol da preservação do meio ambiente, principalmente em defesa dos rios da região.  “Nossa intenção é positiva. É defender esse dom de Deus que foi dado a nós: o rio Tapajós. O governo diz que não abre mão das hidrelétricas do Tapajós e nós dizemos ao governo que não vamos abrir mão do rio Tapajós. Para nós o rio é vida. O governo não tem direito de violentar os direitos dos povos do Tapajós para fazer hidrelétrica e gerar mercadoria para as grandes empresas do sul”, enfatizou Sena.

tópicos: