24/02/2015 17h04 - Atualizado em 24/02/2015 17h04

Trabalho de professora inspira novas práticas de alfabetização em MG

Terezinha Maria de Castro atua na rede pública de Divinópolis.
Experiência dela servirá como modelo para mais de 100 municípios.

Do G1 Centro-Oeste de Minas

Professora de uma escola pública do município de Divinópolis, Terezinha Maria de Castro, foi selecionada para contar sua experiência de novas práticas pedagógicas em linguagem e alfabetização A educadora teve seu trabalho escolhido e representará Divinópolis no Seminário de Avaliação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) de 25 a 27 de fevereiro na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na capital mineira.

A experiência dela na Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Teixeira, servirá como inspiração para o desenvolvimento de práticas de alfabetização para mais de 100 municípios do estado. Professora do 3º ano do ciclo inicial, ela utilizava métodos enfocando as quatro operações básicas e seus usos na matemática. “A matemática representava para mim um mistério, um universo complicado e atrevido: onde já se viu transformar letras em números? O ensino da matemática se restringia aos exercícios repetitivos e mecanizados”, lembrou Terezinha de Castro.

Alunos da professora Terezinha em Divinópolis (Foto: Prefeitura/Divulgação)Professora desenvolveu novo método para aprendizagem dos alunos (Foto: Prefeitura/Divulgação)

No entanto, com a formação no Pnaic, uma nova prática pedagógica foi adotada nas salas e um trabalho com 24 alunos durante dois meses foi realizado. “Percebi a necessidade de reinventar a minha prática, buscando novos jeitos de ensinar e aprender. Utilizar apenas recursos como quadro negro, giz, exposições orais ou exercícios repetitivos, sem nenhuma relação com as experiências vividas pelos alunos, estava me incomodando. Fiquei convicta de que a tecnologia precisa ser uma aliada do professor e sua concretização na sala de aula pode potencializar o processo de ensino e de aprendizagem”, defendeu a professora.

Terezinha organizou uma sequência didática para aprofundar conteúdos da língua portuguesa - estudo dos gêneros textuais e produção de textos - e de matemática - medidas, tabelas e gráfico de barra. “Selecionei, da caixa de Obras Complementares do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), o livro ‘Só um minutinho’ de Yuyi Morales, com tradução de Ana Maria Machado. Nesta obra, de maneira engraçada e inteligente, o autor trata do tema morte”, disse.

  •  
Alunos da professora Terezinha apresentam trabalho na escola em Divinópolis (Foto: Ascom/Prefeitura de Divinópolis)Alunos de Terezinha apresentam trabalho em
de aula (Foto:Ascom/Prefeitura de Divinópolis)

A professora conta que foi possível retomar alguns gêneros textuais presentes no livro. Na matemática, planejou e aprofundou os conhecimentos referentes a grandezas e medidas e tratamento da informação, com ênfase na discussão, organização e produção de tabelas e gráficos.

Grupos
A professora desenvolveu a autonomia dos alunos, oportunizando a exposição de argumentos e respeitando suas capacidades e habilidades.  “Busquei colocá-los em situações de conflito, encorajando-os a estabelecer relações entre fatos e objetos. Para tanto, experimentei uma nova proposta de organização da sala de aula, trabalhando com os alunos em cinco grupos diferenciados em cada momento da sequência. Contava sempre com um aluno líder motivador em cada grupo que conduzia as atividades, coordenava e direcionava as tarefas incentivando a participação de todos. Procurei respeitar as sugestões dos alunos para realizar novos agrupamentos”, destacou.

A professora utilizou novas tecnologias no ensino apresentando três recursos diferentes de leitura: o livro impresso, slides em data show e em vídeo, com fundo musical.  Durante cinco momentos, ela empregou formas diferentes de aprendizado utilizando slides, data show, livro e outras ferramentas. No final do novo método adotado, Terezinha, percebeu avanço dos estudantes.  

“Percebi que, com esta proposta, a cada dia, os alunos avançavam na escrita alfabética, leitura e oralidade. Em matemática, os alunos avançaram nos eixos: números e operações, melhorando a compreensão do sistema de numeração decimal; grandezas e medidas e tratamento da informação, o que ficou explícito na construção dos gráficos de colunas, na leitura e interpretação dos mesmos. Eles trocavam informações coordenando seus pontos de vista favorecendo a compreensão dos conteúdos”, destacou.

tópicos:
veja também