Cerca de 45 famílias ligadas ao Movimento Sem Terra (MST) ocuparam na madrugada desta segunda-feira (23) uma área que pertence à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) próxima à Dutra em Pindamonhangaba (SP). Esse é o segundo terreno invadido no município desde dezembro.
As famílias montaram o novo acampamento após migrarem de um terreno ao lado da Faculdade de Tecnologia (Fatec), em Moreira César. A área pertence ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) e foi alvo de reintegração de posse.
Segundo Suelyn da Luz, militante do MST, as duas áreas ocupadas foram escolhidas por serem consideradas áreas improdutivas em São Paulo e que poderiam servir para assentamentos. Eles querem que a nova área seja vistoriada.
"A área em Moreira César está abandonada desde a década de 80 e esse novo local que escolhemos, na altura do km 97 da Dutra, é uma fazenda que até tem produção científica, mas pequena. A maior parte da terra é improdutiva", disse Suelyn. Em Moreira César, a ocupação tinha começado no último dia 4 de dezembro.
Outro lado
A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, informou por meio de nota que entrou nesta segunda-feira com o pedido de reintegração de posse da área do Polo Regional Vale do Paraíba.
O órgão informou que o grupo ocupa uma área de cerca de 20 hectares, onde estão plantados eucaliptos. Esses eucaliptos servem para proteção da área de várzea, usada para pesquisas com arroz irrigado e para a produção de sementes genéticas de variedades de arroz.
A CCR NovaDutra, responsável pela rodovia, informou por meio de nota que as famílias do MST estão acampadas em uma área pertencente a uma estrada municipal, fora da área de responsabilidade da concessionária, e que a instalação das famílias não está interferindo no tráfego da região.
O Itesp foi procurado e reafirmou em nota que a competência constitucional para promover a reforma agrária é do Governo Federal, mas São Paulo utiliza terras julgadas devolutas para implantação de assentamentos.