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Crianças no interior da PB sonham em se tornar atletas profissionais de golfe

Condomínio fechado em Bananeiras, no Brejo paraibano, sedia torneio internos e um aberto por ano. Pais dos jogadores admitem melhora no comportamento dos filhos

Por Bananeiras, PB

O terreno é um grande gramado verde, onde a bola rola rumo à sua meta. A definição cabe perfeitamente ao futebol, esporte mais popular do Brasil. Mas essas também são características do golfe, que tem bem menos adeptos que o esporte bretão. E longe dos holofotes, crianças do interior da Paraíba preferem evitar jogar a bola com os pés, empunham um taco nas mãos e sonham em, daqui a alguns anos, dar tacadas como atletas profissionais. Em Bananeiras, no Brejo paraibano, a 141km de João Pessoa, crianças e adolescentes participam de competições em um condomínio fechado e pensam até em Olimpíadas.

Um grupo de meninos e meninas tem o apoio dos pais, treinam forte e competem, levando o golfe a sério e projetando uma carreira no esporte. O campo localizado em um condomínio fechado da cidade sedia campeonatos internos e um aberto que acontece uma vez por ano. E essas competições não recebem apenas atletas paraibanos. O potiguar Felipe França, de 12 anos, por exemplo, fez questão de participar do último aberto e gostou do que viu.

Antônio Aracoeli, diretor de clube de golfe em Bananeiras, na Paraíba (Foto: Reprodução / TV Paraíba)Antônio Aracoeli, diretor do clube de golfe em Bananeiras (Foto: Reprodução / TV Paraíba)

- Esse é o único campo que a gente conhece perto daqui e eu estou achando que é um campo bom; não é daqueles que deixam a grama crescer, o que atrapalha na hora da tacada - elogiou o garoto.

Diretor do clube de golfe onde os meninos treinam e competem, Antônio Aracoeli destaca a importância de o esporte ganhar mais adeptos. Para ele, quanto mais crianças aderirem ao golfe, maior a chance de o esporte se propagar por todo o Estado.

- A gente gostaria de tê-los aqui dentro do campo todos os dias porque, sem eles, este campo aqui não vale nada. Nós vamos envelhecendo e eles é que vão ter que tomar conta, eles é que vão ter que jogar - comentou Aracoeli.

A ideia é sempre fazer o menor número de tacadas e seguir firme na meta de se tornar um jogador profissional. Lucas Teodósio, de 11 anos, deu suas primeiras tacadas influeciado por membros da família.

Lucas Teodósio, atleta de golfe em Bananeiras, na Paraíba (Foto: Reprodução / TV Paraíba)Lucas Teodósio, atleta de 11 anos
(Foto: Reprodução / TV Paraíba)

- Começou com meu pai e meu irmão vindo, aí eu passei a jogar e gostei. É mais ou menos difícil, mas é questão de técnica e atenção - comentou o atleta.

O retorno da prática do golfe parece ir além de vencer um torneio. Os pais dos pequenos jogadores comemoram a mudança para melhor no comportamento dos filhos.

- Muda muito. É um jogo de muita ética, de respeito ao próximo, à natureza, e a gente sempre procura aprender as regras - explicou Glauco Tasso, pai de Lucas.

E as metas são ousadas. Administrador do campo de gole onde acontecem as competições em Bananeiras, Sebastião Neres admite que um dos objetivos do grupo é revelar talentos do golfe para se tornarem bons nomes do esporte no futuro.

- O foco é as Olimpíadas, que vão acontecer daqui a um ano e meio. E a gente está tentando formar aqui na Paraíba, quem sabe, um ídolo nacional.

Crianças praticam golfe em Bananeiras, na Paraíba (Foto: Reprodução / TV Paraíba)Crianças treinam e participam de competições de golfe em Bananeiras (Foto: Reprodução / TV Paraíba)