17/08/2014 11h44 - Atualizado em 17/08/2014 11h44

No AC, pesquisa sobre cobras peçonhentas vira livro

Obra deve ser lançada no dia 30 de agosto, em Rio Branco.
Livro abrange 62 espécies de cobras peçonhentas no Brasil.

Genival MouraDo G1 AC

Paulo Bernarde estuda sobre os animais há mais de 20 anos (Foto: Genival Moura/G1)Paulo Bernarde estuda sobre os animais há mais de 20 anos (Foto: Genival Moura/G1)

O pesquisador Paulo Sérgio Bernarde, biólogo com doutorado em zoologia e professor da Universidade Federal do Acre (Ufac) em Cruzeiro do Sul (AC), resolveu transformar 20 anos de estudos e pesquisas sobre acidentes ocorridos com animais peçonhentos em todo Brasil, em livro. A obra, prevista para ser lançada no final do mês,  aborda o comportamento das serpentes e reações provocadas em humanos e animais domésticos.

O livro será lançado durante o Congresso de Medicina Tropical que ocorre em Rio Branco de 26 a 30 de agosto. O conteúdo inclui biologia e classificação das serpentes, distribuição geográfica, nomes populares das espécies de cobras causadoras de envenenamento, ecologia, habitat e tipos de venenos. Sobre vítimas o estudo levantado pelo biólogo aborda sintomas, primeiros socorros, tratamento, prevenção de acidentes ofídicos, crendices e superstições relacionadas às cobras venenosas.

“O livro abrange 62 espécies de cobras peçonhentas no Brasil. O nosso objetivo é contribuir inclusive com a medicina, as informações podem facilitar os procedimentos médicos em relação ao diagnóstico e tratamento, ou seja, o tipo e a quantidade de soro antiofídico que podem ajudar a reverter um quadro de envenenamento. Temos um capítulo voltado para veterinários que trata de acidentes ofídicos com animais domésticos e informações gerais que abrange todo público, como ribeirinhos e moradores tradicionais que estão mais vulneráveis”, informou o pesquisador.

Paulo Sérgio Bernarde é natural de São Paulo e começou a se interessar pelo tema durante sua graduação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) onde pacientes picados por cobras eram atendidos no hospital universitário. O trabalho de pesquisa na Amazônia começou a ser desenvolvido pelo pesquisador em Rondônia, onde atuou vários anos por uma universidade privada.

Há oito anos na Região do Vale do Juruá, no Acre, o pesquisador encontrou o cenário perfeito para pesquisa no coração da Amazônia. “A diversidade de animais aqui é muito grande e necessita de muita pesquisa. Uma região como é essa é um paraíso para quem deseja pesquisar”, declarou.

SBPC
A pesquisa realizada pelo biólogo Paulo Bernarde foi apresentada por ele na 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), sediada no Acre, no final de julho.

Durante a palestra, Bernarde mostrou as características de serpentes, peçonhentas e sem veneno, que habitam em diversos regiões do país, e ainda as mudanças no que diz respeito à nomenclatura dos animais.

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