A Polícia Civil de Abelardo Luz, no Oeste catarinense, concluiu nesta terça-feira (15) uma investigação de possíveis fraudes em licitações envolvendo a prefeitura do município. Ao todo, 23 pessoas foram indiciadas na operação ‘Carta Marcada’, iniciada em 2012. Documentos apreendidos no dia 14 de junho no prédio da administração municipal teriam comprovado as fraudes, segundo a polícia.
De acordo com o órgão, entre os suspeitos de participarem do esquema estão o prefeito, vereadores, um assessor parlamentar, secretários municipais, advogados, empresários e outras pessoas físicas. Os indiciados podem responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a licitação.
Segundo o delegado, João Luiz Miotto, "as investigações iniciaram em 2012 através de imagens feitas por um funcionário municipal denunciando as supostas irregularidades, bem como o crime de peculato, onde materiais de construção eram desviados do lugar adequado e destinados à construção de moradias para algumas famílias”.
Ainda conforme Miotto, uma empresa fantasma teria sido criada apenas para prestar serviços para a Prefeitura de Abelardo Luz, onde se verificou a emissão de notas frias que chegam a R$ 138 mil. Segundo o delegado, “não é possível mensurar o prejuízo aos cofres públicos porque algumas obras foram iniciadas e permanecem inacabadas. Outras chegaram a ser finalizadas, algumas iniciadas por uma empresa e concluídas por outra”, detalhou o chefe da investigação.
A polícia acredita que, somados os indícios de fraudes e as irregularidades já comprovadas, os desvios podem chegar aos R$ 2,3 milhões. O caso foi entregue ao Tribunal de Justiça que deve analisar as provas e o inquérito policial para decidir se cabe prisão ou afastamento dos agentes públicos.
À RBS TV, a prefeitura informou que o prefeito só vai se pronunciar sobre o caso depois que for notificado oficialmente.
