28/08/2014 16h07 - Atualizado em 28/08/2014 17h23

Cidades do Sul de Minas reforçam medidas para economizar água

Em Senador José Bento (MG), decreto ameaça corte no fornecimento.
Em outras cidades, há investimentos na construção de poços artesianos.

Do G1 Sul de Minas

 A prolongada estiagem que atinge o Sul de Minas está preocupando cada vez mais a população. Em algumas cidades, medidas de emergência começaram a ser tomadas. Em Senador José Bento (MG), por exemplo, um decreto de economia de água está em vigor.Com a falta de chuva, principal mina de abastecimento da cidade com pouco mais de 1,5 mil habitantes praticamente secou. A partir de agora, quem for pego desperdiçando água pode ser multado e até ter o fornecimento cortado.

"Não tem outro recurso. As minas que existem em nosso município são essas e, se secarem, não sei o que vamos fazer, diz o prefeito Flávio de Souza de Pinto. Segundo ele, a mina que abastecia as casas teve a captação reforçada por outras três minas há cerca de 90 dias. No entanto, o volume de água está cada vez menor.

De acordo com o decreto, quem abusar do consumo de água será notificado em um primeiro momento. Em caso de reincidência, haverá multa, com a possibilidade de corte no abastecimento em situações extremas. Em Senador José Bento, a população paga o valor fixo de R$ 12 pelo consumo de água.

Decreto ameaça corte de fornecimento de água em Senador José Bento (Foto: Reprodução EPTV)Decreto ameaça corte de fornecimento de água em Senador José Bento (Foto: Reprodução EPTV)

Situação crítica
De acordo com dados do Instituto Somar, o índice histórico de chuvas entre janeiro e agosto em Senador José Bento é de 817,5 mm. Neste ano, choveu apenas 466,4 mm, o equivalente a 57% do volume esperado.

Em alguns pontos da zona rural, a situação é ainda mais crítica. Nesses bairros, a captação é feita diretamente de minas ou por meio de cisternas, mas nenhum dos sistemas tem funcionado. "Todo dia à tarde tem que ir buscar água para tomar banho, fazer comida. Secou tudo", conta o pedreiro Lucas José da Silva, que tem um vizinho que se mudou por causa da seca.

 Poços Artesianos
Em outras cidades da região, a procura por poços artesianos aumentou também como uma forma de driblar a seca. Para construir um poço desse tipo é preciso pedir uma licença para fazer a perfuração e outra para utilizar a água.

As solicitações são encaminhadas para a Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram).De acordo com a Supram de Varginha, o número de pedidos de abertura de poços artesianos aumentou 73% na região apenas neste ano, mesmo com o valor do investimento ficando em torno de R$ 30 mil.

Em Aguanil (MG), às margens da Lagoa de Furnas, os proprietários de um condomínio rural de 30 casas, a construção de um poço artesiano com cerca de 100 metros de profundidade está em construção. Antes, os moradores usavam um poço semi-artesiano que secou.

Medidas emergenciais
Em Monte Belo (MG), parte dos bairros são abastecidos em sistema de rodízio desde o dia 18 de julho. A vazão do Córrego das Pedras, principal fonte de captação, diminuiu cerca de 70% com a estiagem.

Segundo a concessionária do serviço de água e esgoto da cidade, a Copasa, dois poços artesianos devem ficar prontos na próxima semana para reforçar o abastecimento. Atualmente, tanto nos bairros quanto no centro de Monte Belo, há racionamento de cinco a seis horas por dia.

Em Campos Gerais (MG), cidade que também é atendida pela Copasa, a captação de água está sendo feita emergencialmente em um lago da prefeitura.

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