Expositores da Feira Nacional de Peixes Nativosestão animados com o setor em MT.
(Foto: Vanessa Brito/Ascom Sebrae-MT)
O setor da piscicultura em Mato Grosso tem animado as empresas que fornecem rações, equipamentos para produtores e indústria. Ademir Brocardo, representante de uma empresa que fabrica aeradores e roupas de despesca, veio de Jaraguá do Sul (SC) para expôr seus produtos na Feira Nacional de Peixes Nativos de Água Doce, que ocorre esta semana em Cuiabá (MT). São ao todo 45 expositores.
Ele conta que já possui clientes em Mato Grosso em Cuiabá, Rondonópolis, Nova Marcelândia e Nobres. “Com o crescimento da atividade, as vendas vão aumentar. Mato Grosso está crescendo muito e a piscicultura é uma atividade nova”, comenta.
Já Sávio Franzner é proprietário de uma empresa de rações para peixes em Rondônia que comercializa seus produtos para Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima. “Viemos para a feira para prospectar novos mercados”, afirma. Por enquanto, a empresa tem pequenos clientes em Diamantino, Sorriso e Sapezal, mas o foco é buscar revendedores para também atender os produtores do norte de Mato Grosso, pela proximidade com o estado.
Uma das atrações da feira é uma loja fictícia chamada “Boutique de Peixes”, que mostra opções para quem deseja montar um local para a comercialização de produtos com um corte diferenciado e também acessórios de cozinha, produtos para tempero.
Ricardo Santiago, gerente de agronegócios do Sebrae Mato Grosso, destaca que há dez anos o estado tinha apenas três frigoríficos, diante dos seis atuais, e que o objetivo da feira é oferecer aos empreendedores oportunidades de negócio. “Abrimos espaço para a indústria, comercialização, mercado, varejo, gastronomia, para que o investidor possa vir à feira e ver o que está sendo lançado, como evolui o mercado, para que identifique esse setor como excelente para investir”, ressalta.
No entanto, na opinião do gerente, a assistência técnica é um ponto que precisa melhorar por meio das instituições e do setor. “Profissionalizar o produtor rural para entrar na atividade como um negócio não somente um criador de peixes”, afirma.
Segundo ele, a atividade apresenta um bom retorno aos investidores, já que em cerca de oito meses o peixe está pronto para o abate. “O perfil do investidores tem sido de empresários que entram neste negócio. Hoje estamos vendo que aquele que está se qualificando está crescendo”, diz Santiago.
Fernando Roque, produtor rural de Campinápolis, região Leste de Mato Grosso, visitou a feira para saber mais sobre linhas de crédito, fornecedores de insumos e rações. Ele está iniciando um projeto de piscicultura que terá 13 tanques de peixes em 12 hectares de lâminas d’água, onde pretende iniciar com a criação de pintado.
Ele já fez cálculos para o investimento e estima que a margem de lucro será de 70%. Sua intenção é comercializar os peixes para frigoríficos da região, em Canarana ou Primavera do Leste. Para ele, esse é o negócio da vez. “Em empreendimentos, são poucos que dão uma rentabilidade tão expressiva e tão rápida. No primeiro ano, imaginamos produzir por volta de 10 mil a 15 mil toneladas e estamos falando que já tiraremos o investimento nessa despesca”, ressalta.
A feira é realizada pelo Sebrae Mato Grosso. A visitação é gratuita e está aberta até as 22h deste sábado (18), no Centro de Eventos do Pantanal.