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Paraná Clube será denunciado no STJD por crime de injúria racial

Procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, deve apresentar no início da semana a denúncia ocorrida no jogo com o São Bernardo

Por Curitiba

Jogador do São Bernardo preta queixa contra torcedor do Paraná (Foto: Jairo Nascimento)Jogador Marino prestou queixa dos xingamentos logo após o jogo com o Paraná Clube, na Vila Capanema (Foto: Jairo Nascimento)

O Paraná Clube será denunciado na próxima semana pelo crime de injúria racial no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no caso onde o jogador Marino, do São Bernardo, foi chamado de “macaco” por torcedores durante a vitória do Tricolor por 3 a 1, na Copa do Brasil, na última quinta-feira. Marino registrou a ocorrência logo após o jogo.

Segundo o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, a previsão inicial é de punição por pagamento de multa, pois não existe prova da acusação. Marino e uma testemunha ligada ao São Bernardo disseram que o jogador foi xingado por dois torcedores em meio à arquibancada da Vila Capanema. Os dois torcedores não foram localizados até este sábado.  

O artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê outras possibilidades de punições como perda de pontos ou até exclusão de uma competição, como ocorreu recentemente com a equipe gaúcha do Esportivo, nesta quinta-feira, que perdeu nove pontos, seis mandos de campo e multa de R$ 30 e acabou sendo rebaixado para a segunda divisão do campeonato Gaúcho.

O procurador-geral também considera pouco provável que o Paraná Clube seja excluído da Copa do Brasil pela acusação. Ele lembrou que o artigo que prevê o crime de injúria racial define que que a descriminação precisa ser  "praticada simultaneamente por considerável número de pessoas". No entanto, o ‘número considerável de pessoas”, depende da interpretação do juiz. 

Paulo Schimitt acredita que o julgamento pode até mesmo acontecer na próxima semana. Sua previsão é de que a denúncia seja acatada na segunda ou terça-feira e avaliada nos dias seguintes. 

O Paraná se pronunciou contra o caso ocorrido no estádio e afirmou que vai auxiliar na identificação das pessoas que xingaram o jogador. Um inquérito policial foi aberto pela Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol (Demafe) para encontrar os torcedores. Segundo descrição do jogador e do preparador físico do São Bernardo, os agressores eram homens, o primeiro com idade entre 45 e 50 anos e o segundo com cerca de 60.