21/10/2014 18h48 - Atualizado em 21/10/2014 20h13

'Fazia uma semana que ele estava lá', conta parente de vítima de explosão

Incidente em fábrica de Pouso Alegre, MG, deixou três em estado grave.
Familiares e amigos passaram o dia em busca de notícias das vítimas.

Daniela AyresDo G1 Sul de Minas

Parentes e amigos das vítimas de explosão em Pouso Alegre, MG, passaram o dia no hospital (Foto: Daniela Ayres/ G1)Parentes e amigos das vítimas de explosão em
Pouso Alegre, MG, passaram o dia no hospital
(Foto: Daniela Ayres/ G1)

“Fazia uma semana que ele estava lá. Foi um promoção”, conta Lívia Cristina Mendes Chagas, que passou o dia na frente do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre (MG). Ela ficou à espera de informações sobre o estado de saúde do tio Jalber Mendes das Chagas, de 39 anos. Jalber é um dos três funcionários da Cimed internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) depois que uma estufa de secagem de medicamentos explodiu nesta terça-feira (21).

“O que a gente sabe é que ele estava do lado da caldeira e foi arremessado contra a parede quando aconteceu a explosão”, relata a sobrinha.

Com o choque, o funcionário teve traumas na região do rosto, da cabeça e do tórax. Maria Cleide Silvestre das Chagas conseguiu ver o marido momentos antes de ser levado para a mesa de cirurgia. “Ele tem um tubo saindo de cada lado da barriga e outro na boca. O estado dele é grave”, disse bastante abatida.

Jalber trabalhava na produção da fábrica da Cimed em Pouso Alegre há dois meses quando, uma semana atrás, conquistou uma vaga no almoxarifado, que fica no setor de secagem. A promoção segundo a sobrinha era motivo de comemoração, já que o dinheiro extra ajudaria mais a família.

“Ele quis esse emprego principalmente por causa do plano de saúde que eles ofereciam e ajudaria no tratamento da filha”, diz Lívia, citando a luta da família para cuidar da filha vítima da Doença de Crohn, inflamação crônica que atinge o sistema digestivo. Jalber ainda é pai de outras três crianças.

Com explosão, parte de galpão desmoronou em empresa (Foto: EPTV)Com explosão, parte de galpão desmoronou em empresa (Foto: EPTV)

Mais vítimas
Além de Jalber, Gilmar Pereira de Oliveira, que inalou muita fumaça, e Carlos Israel dos Santos Souza, que teve queimaduras pelo corpo, também estão na UTI. Familiares, amigos e colegas de trabalho se revezavam na porta do hospital para ter notícias do estado de saúde de cada um. Eram cerca de 10h quando Vanessa da Silveira, de 21 anos, soube que o companheiro estava entre as vítimas da explosão registrada por volta das 6h desta terça-feira.

“Uma amiga me avisou, ela tinha visto fotos dele pela internet, mas ninguém me deixou ver. Os médicos disseram que o caso dele é complicado, mas ele está estável. Se Deus quiser, vai dar tudo certo”, espera Vanessa, ansiosa por ter autorização para entrar no quarto onde Carlos está. O rapaz de 24 anos é o paciente que mais inspira cuidados aos médicos. Ele teve 90% do corpo queimado com a explosão.

Segundo a assessoria do hospital, 26 pessoas foram internadas pela manhã vítimas da explosão, mas 18 receberam alta durante o dia. Entre os que permanecem na unidade de saúde, cinco estão em observação. No entanto, o hospital informou que nenhum dos pacientes corre risco de vida.

Pelo menos 25 pessoas foram socorridas com ferimentos para hospital em Pouso Alegre (Foto: EPTV)Entre os 26 feridos, três estão na UTI do Hospital das Clínicas Samuel Libânio (Foto: EPTV)

Explosão
A explosão na estufa do setor de secagem de medicamentos da Cimed aconteceu por volta das 6h desta terça-feira. De acordo com a gerente de comunicação da empresa, Marina Gil Beldani, 150 funcionários estavam no local no momento do incidente. Cogitou-se que a explosão teria sido provocada por um curto-circuito no ar-condicionado, mas a possibilidade foi descartada pela empresa.

"Nós já entramos no local e constatamos que não houve curto. A causa da explosão ainda não foi identificada. Dependemos de um laudo da perícia", disse Beldani. A Polícia Civil informou que a perícia tem até 30 dias para concluir o laudo.

Fábrica foi reativada no final da tarde desta terça-feira (21) (Foto: Daniela Ayres/ G1)Fábrica foi reativada no final da tarde desta
terça-feira (21) (Foto: Daniela Ayres/ G1)

A Cimed é uma fabricante de medicamentos e cosméticos. Na unidade de Pouso Alegre, trabalham cerca de 1,2 mil pessoas divididas em 10 prédios. A unidade também possui uma creche para atender os filhos dos funcionários. "Nenhuma criança se feriu nem funcionários de outros setores. A energia foi cortada em toda a fábrica e os funcionários dispensados por motivos de segurança. Devemos reabrir ainda hoje", explicou a gerente de comunicação.

No final desta terça, a Cimed voltou à atividade. Apenas o setor onde ocorreu a explosão permanece interditado.

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