Política Eleições 2014

Debate curto e morno encerra confronto entre Tarso e Sartori no RS

Dívida pública dominou primeiro bloco; e gafe do peemedebista foi citada pelo próprio candidato
José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT) no último debate do segundo turno Foto: Reprodução/G1
José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT) no último debate do segundo turno Foto: Reprodução/G1

PORTO ALEGRE – Em apenas dois blocos de perguntas e respostas entre si, os candidatos ao governo gaúcho José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT) fizerem um debate morno e sem agressões pessoais no último confronto público antes do segundo turno. Sartori, em vantagem nas pesquisas, valorizou o sentimento de mudança expresso no primeiro turno, enquanto Tarso voltou a criticar a falta de propostas de seu oponente.

A dívida pública dominou o primeiro bloco, com o candidato petista perguntando como o peemedebista resolveria a questão do endividamento com a União. Na resposta, Sartori acusou o governador de sonegar dados financeiros do estado à sua equipe e classificou a situação das finanças como “caixa preta”.

Segundo ele, os dados sobre a situação do caixa único, dos depósitos judiciais e dos recursos oriundos de financiamento foram solicitados em 30 de julho, e nunca respondidos pelo governo. Em alguns momentos, Sartori parecia estar lendo sobre determinados temas em debate.

— Os dados são públicos, qualquer pessoa pode consultar no portal da secretaria da Fazenda. O candidato não responde porque esconde a forma como quer governar. Não é ofensa pessoal, trata-se de estratégia para não apresentar programa — atacou Tarso.

Sartori contestou a informação e insinuou que o próximo governador não terá recursos para pagar o funcionalismo:

— Não existe essa transparência. A informação não foi passada.

Em outro trecho, a gafe de Sartori em relação ao piso do magistério veio à tona por iniciativa do próprio candidato do PMDB. Respondendo a uma pergunta sobre a valorização do funcionalismo público, ressalvou que havia feito a declaração em referência à uma promessa não cumprida pelo governador.

— Professores, se ficou alguma dificuldade queria dizer minha afirmação era uma crítica a Tarso, que criou o piso e não pagou. Pergunta lá em Caxias (cidade administrada por Sartori em duas gestões), os professores ganham duas vezes o piso salarial — disse.

Na resposta, Tarso ironizou a declaração.

— Na verdade o candidato não estava controlado pelo marketing. Vejam bem a expressão que utilizou, ele ironizou e mandou os trabalhadores buscarem o piso numa loja. Foi uma mancada, ele não conseguiu se conter e revelou arrogância e desprezo pela categoria. E depois tentou remendar — criticou.

O debate foi transmitido pela RBS TV, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul. Os candidatos responderam a perguntas entre eles, com tema livre e perguntas sorteadas, durante cerca de uma hora. Em nenhum momento o embate entre os candidatos engrenou.

Questões envolvendo corrupção, saúde pública e segurança foram abordados de forma superficial. Sobre corrupção, Sartori tentou provocar Tarso:

— Como o senhor se sente vendo seus companheiros sendo penalizados por casos como do mensalão e da Petrobras?

— Do mesmo jeito como imagino que o senhor se sente em relação a seus correligionários condenados em outros casos. Nenhum de nós se sente bem, não me venha com esse tipo de alusão — respondeu o governador.