28/09/2014 15h46 - Atualizado em 28/09/2014 15h46

Chuva prejudica preparo do solo e atrasa plantio de arroz no RS

Nesta época do ano, 50% da área já deveria estar semeada.
De acordo com Irga, muitos produtores ainda concluem preparo do solo.

Do G1 RS

A chuva registrada nos últimos dois meses atrasou o plantio do arroz na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. De acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), muitos produtores ainda concluem o preparo do solo. Nesta época do ano, 50% da área deveria estar semeada, como mostra a reportagem do Campo e Lavoura, da RBS TV (veja o vídeo).

A maioria das lavouras ainda não recebeu o grão. As precipitações geraram trabalho em dobro para os produtores da região, segundo o Irga. Isso porque muitos tiveram que esperar secar o solo ou refazer o preparo. O período recomendado para o plantio do arroz é entre o inicio da segunda quinzena de setembro e os primeiros dia de novembro. De acordo com o instituto, a semeadura em outra época pode comprometer a produtividade.

“Depois disso, começa a ser prejudicial para a cultura. Porque a gente vai pegar uma fase muito importante da cultura, que é floração. O excesso de calor ou de chuva, ou mudança de temperatura, como acontece aqui na região, com frentes frias vindas da Argentina, pode ser muito prejudicial no periodo da floração. E se confirmar um período chuvoso para o mês de outubro, aí sim a gente vê um atraso considerável. E há, sim, uma expectativa de se colher menos”, aponta Ícaro Daniel Petter, engenheiro agrônomo do Irga.

Em uma propriedade de Uruguaiana, porém, o clima é de tranquilidade. Enquanto uma das plantadeiras é abastecida com o grão, nove aproveitam o solo firme para semear. De acordo com o gerente da lavoura, os mais de 2,5 mil hectares foram preparados no verão.

“A gente tem conseguido, junto com os produtores donos das terras, uma liberação em da terra em janeiro e fevereiro para fazer o preparo e o entaipamento prévio, para que eles usufruam depois com a resemeadura natural de azevém, sobre as taipas. Isso tem uma caracteristica legal porque, durante todo o periodo de inverno, onde o pasto é escasso, essas taipas estão com terneiros em cima. O que tem um aproveitamento de cem dias”, explica Ivan Spatt, gerente de lavoura.

As barragens cheias também deixam os produtores mais tranquilos para os períodos de seca. Na região, serão semeados cerca de 330 mil hectares de arroz, praticamente a mesma área do ano passado.

Chuva na campanha
As precipitações no mês de setembro deixaram uma condição nada favorável para os arrozeiros da Região da Campanha do estado. Por causa do tempo, o solo está encharcado, dificultando o trabalho na terra.

“Esse alto índice [de chuva] está nos levando a um atraso significativo, talvez pior que o do ano passado. É final de setembro e nada temos a fazer. A terra ainda está por fazer e por plantar. Consequentemente, gera atraso nos financiamentos bancários, e os insumos que a gente comprou estão vencendo”, lamenta Ricardo Zago presidente da Associação dos Arrozeiros de Bagé.

Um ponto positivo é que a chuva encheu de água os reservatórios que servirão para irrigar a terra. Esta pode ser uma alternativa para melhorar e aumentar a safra. Até o dia 24 de setembro, já havia chovido 143 milímetros em Bagé. A perspectiva é que as precipitações sigam intensas até outubro.

Para amenizar o problema, a Emater recomenda manter as áreas drenadas para secar de forma mais rápida. Somente assim a expectativa de cultivar em torno de 23 mil hectares na Região da Campanha poderá ser atingida.

“Todos os anos, em junho e julho, os produtores começam o preparo do solo. Esse ano comprometeu completamente, mesmo tendo volume de água suficiente para o plantio. Houve comprometimento devido o excesso de umidade. Se houver excesso de chuva, há granes benefícios para culturas como soja, após plantado. Mas, no período de plantio, existe um comprometimento sim”, aponta Eloí Pozzer, técnico da Emater.

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