Moda
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O empresário e designer mineiro Francisco Costa, de 59 anos, passou mais de um mês no Brasil no começo deste ano. No fim de janeiro, desembarcou em Fernando de Noronha. Emendou a temporada em Salvador, onde viveu as emoções da festa de Iemanjá. Na sequência, mergulhou nos encantos do Rio e tratou de negócios em São Paulo. “Estava precisando do acolhimento da família e dos amigos depois de tudo”, diz ele, em entrevista presencial, feita no apartamento de uma amiga, diante do mar de Ipanema, onde ficou hospedado.

O “tudo” ao qual Francisco se refere não é pouca coisa. Ele travou uma árdua e cara batalha para recuperar os direitos de sua marca de beleza, a Costa Brazil, fundada em 2018. Em 2021, a empresa foi adquirida pelo grupo Amyris, que pediu falência em agosto do ano passado, um mês depois de Francisco anunciar a chegada dos produtos ao Brasil. Em dezembro, após mexer estrategicamente as peças do tabuleiro, ele conseguiu recuperar os direitos sobre a empresa numa transação avaliada em US$ 5 milhões. “Foi muito sofrimento, mas aprendi a lição. Não tinha experiência em gestão”, admite. “Hoje dou ainda mais valor ao negócio. Foi como se tivesse recebido um tapa para acordar.”

O estilista foi diretor criativo da coleção feminina da Calvin Klein Collection de 2003 a 2016 e ocupou o topo da da indústria da moda, sendo o vencedor, em 2006 e 2008, do Council of Fashion Designers of America, na categoria Melhor Estilista. Em 2016, foi substituído por Raf Simons, que permaneceu na CK até 2018.

O designer Francisco Costa — Foto: Andressa Guerra
O designer Francisco Costa — Foto: Andressa Guerra

Dono de estética minimalista, ele está confiante neste recomeço. Na entrevista, fala sobre o sufoco dos últimos meses, a visão sobre o mercado da moda, a alta-costura sustentável e o casamento de 35 anos. A seguir, os melhores trechos:

Foi pego de surpresa com a falência do grupo Amyris? Como conseguiu reaver a marca?

Eles compraram a Costa Brazil na época da Covid-19. A proposta era incrível, envolvia biotecnologia, tudo muito sustentável. Mas, o tempo foi passando, e as cláusulas contratuais não foram cumpridas. Comecei a achar estranho e a analisar as possibilidades internamente. Porém, o processo de falência aconteceu muito rápido. Na sexta-feira, teria uma reunião, e fui informado de que a conversa não precisava mais acontecer porque a minha marca seria fechada na segunda. Foram sete meses de sofrimento. Em dezembro, consegui acertar um valor e reaver os direitos sobre a Costa Brazil. Mas tive que começar do zero. Em fevereiro, entrei de novo no on-line. No Brasil, os produtos seguem na Sephora.

Quais são seus planos para a empresa?

Atualmente, os cosméticos são fabricados nos Estados Unidos e na Itália, mas quero passar a produzi-los no Brasil com ingredientes da Amazônia.

Quais são os best-sellers da marca?

O body oil e o perfume Aroma. Todo mundo ama.

Pensa em voltar a trabalhar com moda?

Penso sempre, mas não de maneira antiquada. Naquela época da Calvin, quem atuava no mercado se achava superior a tudo. Isso não existe mais. Anna Wintour, who cares? É outro mundo. Tem que fazer sentido. Por exemplo, conheci, em Nova York, uma escola de costura para mulheres que foram abusadas. Isso para mim é a nova moda.

Quais os valores mais importantes do métier?

A sustentabilidade. Existe uma imensa preocupação nos grandes grupos de moda. Finalmente, caiu a ficha. Poderia fazer tal qual Balenciaga, roupa sob encomenda. Alta-costura é o que há de mais sustentável por não deixar sobras. É um projeto.

Quais grifes admira no Brasil e no mundo?

Adoro o JW Anderson, acho o estilo dele cool. A Lenny Niemeyer é maravilhosa e a Farm está bombando. E enxergo a Hering como uma marca que pode fazer a diferença.

O que falta para a moda brasileira avançar no mercado internacional?

É uma questão de business, não de criatividade.

Você continua casado?

Sou casado com o treinador de cavalos John DeStefano Jr. há 35 anos. Amor é diferente de paixão, envolve paz. Já nos separamos várias vezes e reatamos, há muita confiança. Tem de fazer a escolha de quem você deseja morrer junto.

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