25/07/2014 14h35 - Atualizado em 25/07/2014 14h35

Tecnologia para facilitar a vida das pessoas marca startups da CP Recife

Pela 1ª vez, evento tem espaço para empresas de tecnologia iniciantes.
Soluções para burocracia e para educação estão entre principais projetos.

Katherine CoutinhoDo G1 PE

Sérgio Figueras desenvolve projeto para tentar desburocratizar governos de pequeno porte (Foto: Katherine Coutinho / G1)Sérgio Figueras desenvolve projeto "Cidadão 21" para tentar desburocratizar governos de pequeno porte e facilitar o acesso das pessoas aos serviços públicos (Foto: Katherine Coutinho / G1)

Tirar um alvará em um órgão público mais rapidamente, conseguir reunir em um só lugar informações que estão espalhadas: ver uma necessidade e buscar atendê-la é uma das principais motivações para as startups, empresas novas do ramo de tecnologia. Neste ano, esses empreendedores ganharam um espaço especial na Campus Party Recife, que reúne no hall do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, 50 startups e makers, que é como são chamados os empreendedores iniciantes. O acesso é gratuito para quem quiser conhecer.

O objetivo para reunir os empreendedores é permitir que eles possam trocar ideias entre si, como também encontrar consultoria, mostrar o produto que estão desenvolvendo e também encontrar possíveis investidores. “Nosso objetivo é apoiar esses empreendedores digitais. Não temos um prêmio de melhor startup. A gente quer que elas sejam conhecidas por investidores que possam levá-las a outro patamar”, explica a coordenadora da CP Recife, Tássia Skoulaud.

A Campus Party Recife segue até o próximo domingo (27). A programação completa pode ser conferida no site do evento.

Rafael e Peirol integram projeto junto com outros dois colegas (Foto: Katherine Coutinho / G1)Rafael e Peirol integram projeto sobre o programa Ciência Sem Fronteiras junto com outros dois colegas; portal reúne informações para quem quer entrar nesse intercâmbio (Foto: Katherine Coutinho / G1)

Informação em um só lugar
Os projetos são dos mais variados temas, indo de educação à saúde e passando por soluções para as cidades, todos ligados através da tecnologia. Estudante de engenharia de gestão no interior de São Paulo, Peirol Gomes, de 24 anos, fez parte do programa do governo federal Ciências Sem Fronteiras. Ficou por 15 meses nos Estados Unidos e, ao retornar, começou a receber mensagens de colegas com dúvidas.

A necessidade dos colegas fez o estudante perceber uma oportunidade: o gargalo de informações sobre um determinado assunto: elas existem mas, por vezes, estão muito dispersas na rede. “A informação oficial o governo dá, mas falta a questão da vivência. A receita médica daqui vale lá?A carteira de motorista brasileira serve para os Estados Unidos? A gente começou com uma cartilha. Em duas semanas, foram 3 mil downloads”, conta Gomes.

Junto com outros três parceiros, o estudante começou a trabalhar o portal "MyCSF", para auxiliar as pessoas que querem participar ou já participam do programa. Com o objetivo de trocar opiniões sobre as cidades em que moraram, as universidades que estudaram e a rotina que enfrentaram, um aluno pode auxiliar o outro a escolher para onde ir.

Com 8.500 pessoas cadastradas, o estudante espera agora ampliar as parcerias, daí a necessidade de espaços que reúnam outras startups. “Já conversamos com outras duas, com quem provavelmente vamos trabalhar daqui por diante. Essa parte de conhecimento é muito importante. E estamos também em conversas para parcerias a partir daqui”, explica Gomes.

Mais serviço, menos burocracia
A busca de parceiros para ampliar o negócio foi o que fez o empreendedor Sérgio Figueras vir de Palmas (TO) participar do evento. Depois de perceber a dificuldade das pessoas com a burocracia governamental, ele resolveu investir em soluções para desburocratizar o serviço público. “Temos isso já funcionando em duas prefeituras. Conseguimos baixar de 60 para 30 dias a emissão de um alvará”, conta Figueras, autor do "Cidadão 21".

O projeto leva a tecnologia para dentro dos governos, ideia semelhante à digitalização de processos que vem acontecendo nos tribunais de justiça. “Nós visitamos todas as esferas do Judiciário para poder entender o que estava sendo feito. Queremos expandir nossa infraestrutura, por isso viemos. Vemos projetos milionários para desburocratizar, mas eles nunca vão servir para uma prefeitura de 10 mil habitantes”, aponta.

Foi essa preocupação com as prefeituras menores e a dificuldade de um cidadão comum para conseguir seus direitos que o fez pensar em um sistema que pudesse ser vendido em módulos. “Uma das pessoas com quem conversamos contou que pediu à prefeitura o Auxílio-leite quando estava grávida e recebeu somente quando o filho já tinha dois anos. O que a gente quer é facilitar a vida, sem ter que imprimir um monte de papéis que podem se perder pelo caminho. Imagina ter que pegar um carro e levar para outra secretaria, cheio de papéis... É perder tempo e dinheiro”, acredita Figueras.

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