25/03/2015 13h20 - Atualizado em 26/03/2015 19h13

Rio Acre continua a baixar e sai da cota de alerta na capital

Nível chegou a 13,22 metros na manhã desta quarta-feira (25).
Rio está baixando 2 centímetros por hora, segundo os Bombeiros.

Janine BrasilDo G1 AC

Rio Acre sai da cota de alerta em Rio Branco na manhã desta quarta-feira (25) (Foto: Aline Nascimento/G1)Rio Acre sai da cota de alerta em Rio Branco na manhã desta quarta-feira (25) (Foto: Aline Nascimento/G1)

O Rio Acre amanheceu abaixo da cota de alerta (13,50 metros) em Rio Branco, nesta terça-feira (24), e está com o nível de 13,22 metros, na medição das 9 horas realizada pela Defesa Civil Estadual. Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Cláudio Falcão, o rio está baixando em média 2 centímetros por hora e a previsão é que ele mantenha a vazante. Ainda estão alojadas nos seis abrigos públicos da capital, 2.585 pessoas, um total de 827 famílias, de acordo com dados da prefeitura.    

"Depois de mais de um mês de cheia na capital, nós conseguimos sair da cota de alerta. Ainda temos previsão de chuva, pois março é um mês totalmente chuvoso. Tem também a questão das cabeceiras, quando chove no Riozinho do Rola, por exemplo, o rio enche aqui na capital. Mas, como a vazante está mais rápida, não esperamos que o rio atinja novamente a cota de transbordo, que é de 14 metros", explicou.

O capitão disse ainda que a vazante do rio é uma vitória tanto para os profissionais que estão trabalhando na retirada e devolução das famílias, quanto para as pessoas que estão há mais de um mês fora de casa.

"É uma vitória, mas o trabalho continua. Depois de todas as famílias voltarem para a casa, o governo e a prefeitura vão continuar com o trabalho de limpeza da cidade e monitoramento das áreas que foram mais atingidas. Temos toda essa parte da reconstrução, mas como o solo está bastante úmido, vai ser preciso esperar secar e o trabalho de readequação só pode ser feito no verão.

Entenda o caso
Após um mês acima da cota de transbordo, o Rio Acre apresentou vazante, nesta terça-feira (24), e chegou a 13,86 metros, 14 centímetros abaixo da cota de transbordo do manancial, que é de 14 metros.

O Rio Acre atingiu a marca histórica de 18,40 metros, no dia 4 de março, em Rio Branco. A cheia desabrigou mais de 10,4 mil pessoas em 53 bairros. No total, em torno de 87 mil pessoas foram afetadas diretamente pela cheia. Na capital, 12 bairros ainda estão alagados.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu no dia 4 deste mês o estado da calamidade pública por rito sumário para as cidades de Rio Branco e Brasileia. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União.

Mais de 70 mil alunos tiveram que ficar fora das salas de aula nos município de Rio Branco, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Cruzeiro do Sul, Feijó e parte de Tarauacá por conta da cheia do Rio Acre. A Secretaria Estadual de Educação chegou a informar na época que 40% deses alunos são moradores da capital.

Mais de 20.629 unidades consumidoras de Rio Branco tiveram o fornecimento de energia interrompido devido à cheia histórica do Rio Acre. Os bairros Cidade Nova, Habitasa, Seis de Agosto, Taquari e Baixada da Cadeia Velha foram os mais afetados. A Estação de Tratamento de Água (ETAII) também chegou a ser invadida pelas águas do Rio Acre com a cheia.

A presidente Dilma Rousseff veio ao Acre, no último dia 11, para entregar mais de 900 casas populares aos desabrigados da cheia em Rio Branco. Ela prometeu que até junho deste ano serão entregues mais 1.217 casas populares. Após a visita da presidente, desabrigados desencadearam uma série de manifestações exigindo receber também casas populares.

tópicos:
veja também