HAMBURGO - Os confrontos entre policiais e manifestantes contra o G-20 pioraram nesta sexta-feira, primeira dia da reunião. Até agora, são mais de 200 policiais feridos, além de carros e caminhões incendiados. Manifestantes arrombaram uma estação de metro trancada, na tentativa de conseguir controle sobre as ruas de Hamburgo, enquanto líderes das maiores economias do mundo se encontraram nas proximidades.
A escalada da violência levou a polícia de Hamburgo a chamar reforços de toda a Alemanha para ajudar os 15 mil funcionários, que já estavam na cidade. Pelo menos 83 manifestantes foram detidos e 19 estão sob custódia, informou a polícia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, anfitriã da cúpula, condenou a violência.
— Tenho toda consideração por manifestações pacíficas, mas protestos violentos colocam a vida humana em perigo — disse ela.
Uma testemunha da Reuters disse que os manifestantes do Black Bloc pareciam estar tentando alcançar a sala de concertos de Elbphilarmonie, junto ao rio, onde líderes como o presidente dos EUA, Donald Trump, deveriam participar de um show mais tarde. Os manifestantes chegaram a usar fogos de artifício e tocar canções de Jimi Hendrix para tentar abafar a música clássica que tocava na reunião do G-20.
Unidades da Marinha detiveram 22 ativistas do Greenpeace, que tentaram nadar até à sala de concertos, informou a polícia.
O movimento Black Bloc, cujo objetivo é derrubar o capitalismo, teve algum sucesso em interromper as discussões dos líderes apesar do cerco contra eles. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, cancelou uma aparição no centro de Hamburgo na manhã desta sexta-feira, preocupado com sua segurança. A polícia também não permitiu que a primeira-dama americana Melania Trump participasse de um passeio pelo porto histórico da cidade.
Logo em seguida, o presidente Donald Trump usou seu perfil no Twitter para dizer que está "pensando nas pessoas feridas nos protestos em #Hamburgo. Espero que todos estejam seguros!".