Hoje em Brasília, ex-Palmeiras e seleção reclama: 'Jogador é mais cobrado que político'

Francisco De Laurentiis, do ESPN.com.br, e Vladimir Bianchini, da Rádio ESPN
Claudio Reis/brasiliensefc.com.br
Baiano Comemora Gol Brasiliense Anapolina Série D 31/08/2014
Baiano (dir) comemora gol pelo Brasiliense: calor, tempo seco e política no Distrito Federal

Em mês de eleição, muito se fala sobre as cobranças que os políticos sofrem em Brasília. Para quem mora na capital do país, no entanto, a impressão é de que os representantes do povo não são cobrados como deveriam.

É o que pensa o lateral Dermival de Almeida Lima, mais conhecido como Baiano, ex-jogador de Santos, Palmeiras, Boca Juniors e seleção brasileira. Hoje atuando no Brasiliense, ele diz que não encontra muitos engravatados no Distrito Federal, e reclama da "vida tranquila" que os políticos levam por lá.

"Não encontro muitos políticos por aqui, até porque Brasília é enorme. Moro em Taguatinga, e o Plano Piloto é muito longe. Vou lá pra fazer turismo, porque é muito bonito. Vou aos palácios, ao Senado... Mas, infelizmente, nunca encontrei um político pra dar uma bela cobrada nele", lamentou o atleta, hoje com 36 anos, em entrevista à Rádio ESPN e ao ESPN.com.br.

Segundo Baiano, os jogadores de futebol costumam ser mais pressionados pelo povo do que os próprios deputados e senadores. No entanto, o lateral finalmente está tendo sossego quando sai às ruas, já que, no Planalto Central, não costuma ouvir provocações de torcedores de outras equipes.

"Aqui não tem aquela rivalidade do tempo que joguei no Palmeiras, no Santos, no Vasco, quando os torcedores dos outros times me enchiam o saco. Aqui, todo mundo torce pro Flamengo, Botafogo, Fluminense, então ninguém rivaliza com o Brasiliense. Posso andar tranquilo na rua. Só de vez em quando alguém me para pra falar: 'Ô, Baiano, eu lembro de você, jogou muita bola pelo meu time'", contou o veterano, que também atua como meio-campista.

DJALMA VASSÃO/Gazeta Press
Baiano Comemora Gol Palmeiras Santa Cruz Série B 25/10/2003
Baiano teve boa passagem pelo Palmeiras

"Nós, atletas, somos muito cobrados, o tempo todo, tanto em campo quanto fora. Somos muito mais cobrados do que os políticos, isso eu te garanto (risos)", completou.

Vida em Brasília

Nascido em Capim Grosso-BA, Baiano há muitos anos fixou residência em Santos, onde começou sua carreira profissional na Vila Belmiro. Tanto é que até hoje sua família possui uma loja de R$ 1,99 em São Vicente, também no litoral paulista. Ele rodou por muitos times do Brasil e de outros países, como Argentina, Rússia, Espanha e Colômbia, até chegar ao Brasiliense, em 2012, vindo do Red Bull Brasil, de Campinas-SP.

Aos poucos, se adaptou ao clima quente e seco da capital do Brasil, muito graças à ajuda de sua mulher e seus três filhos.

"Acordo 6h30 da manhã e levo a turma pra escola, depois vou treinar. Gosto de morar aqui, e, se tem uma coisa que aprendi no futebol, é que, quando sua família está bem, você está bem, independentemente do lugar. Minha família gostou daqui, apesar de ter sido um pouco difícil no começo. O nariz dos meus filhos sangrava bastante por causa do tempo seco, eles estavam acostumados com a humidade de Santos. Mas, com o tempo, tudo se ajeitou", relatou Baiano.

ORLANDO KISSNER/AFP/Getty Images
Baiano Comemora Gol Brasil Chile Amistoso 04/02/2000
Lembra do Baiano na seleção, em 2000?

Quando tem folga do Brasiliense, que foi eliminado nas quartas de final da Série D no último final de semana, o atleta gosta de levar a família para passear nos enormes parques do Distrito Federal, e também costuma acompanhar as crianças no cinema.

"Quando não estou no parque, estou no shopping levando as crianças ao cinema ou nos brinquedos. Andar de bicicleta também é uma delícia, porque tem muito espaço. Mas, atualmente, eu fico só de longe vendo eles pedalando e tirando foto, porque preciso sentar e descansar dos treinos e dos jogos (risos)", salientou.

Nos próximos meses, inclusive, Baiano terá bastante tempo para ficar com a família, já que o Brasiliense só volta a campo no Campeonato Brasiliense de 2015, que começa no fim de janeiro. Enquanto isso, o pessoal de Santos também pode parecer para visitar.

"Já conheço tudo, visitei o Congresso com guia e tudo, mas não pudemos entrar nos gabinetes. O pessoal do litoral adora vir pra cá. Sempre quis vir a Brasília para passear, mas Deus me colocou aqui para trabalhar. Então, vamos trabalhar!", finalizou.

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