Notícia - Sindicato cita 3 mil demissões em Limeira e região

Pelo menos 3 mil trabalhadores perderam o emprego, desde janeiro, em Limeira e em mais sete cidades, cuja a base territorial é do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira e Região. São elas: Rio Claro, Iracemápolis, Cordeirópolis, Santa Gertrudes, Itirapina, Ipeúna e Corumbataí. O sindicato não tem números absolutos de Limeira.

Os números foram passados pelo diretor do sindicato, José Carlos Pinto. Apesar de expressivos, o sindicato não acredita que exista uma crise generalizada no setor.

Segundo o diretor, há uma série de fatores que estão influenciando no desemprego na cidade. Ele cita os mais importantes. "Existem empresas que perderam a capacidade de concorrência porque não investiram na produção. Carecem de novas tecnologias. Geralmente, são empresas familiares que investiram apenas no patrimônio, e não em maquinários, por exemplo. E por isso perderam muita concorrência no mercado", afirma.

O sindicalista também fala que o contrário tem ocorrido e muitas indústrias estão investindo em maquinário e demitindo gente. "Algumas empresas estão trocando o serviço que antes era feito pelos trabalhadores por automação e robôs, ou seja, o desemprego também é causado pela tecnologia", observa.

Além disso, há outras leituras que o sindicato faz com relação ao desemprego. Segundo o diretor, a rotatividade da força de trabalho sempre aconteceu e este ano não é diferente. "O empregador demite um funcionário que ganha R$ 1 mil, por exemplo, contrata outro por R$ 500 e ele reduz o salário e a massa salarial", fala.

Outro fator que colabora com o desemprego é a transferência de produção. Ainda conforme José Carlos, há empresas que estão transferindo parte de sua produção para outros locais. "Fazendo isso, os trabalhadores daqui são demitidos", comenta.

Segundo o cenário que o sindicato cita existir, os funcionários demitidos do começo do ano até agora tinham mais de um ano de trabalho nas empresas. Além disso, José Carlos acredita que, em Limeira, os empresários foram "prudentes". Não fizeram demissões em massa e estão fazendo em "conta-gotas". 

CRISE

Pensamento diferente tem o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) Limeira. Segundo o diretor Wagner Zutin Furlan, as indústrias estão em situação econômica difícil. "Até o setor de equipamentos agrícolas, que estava melhor que os outros, já vem demonstrando queda na produção", fala.

Segundo ele, o setor de máquinas é o que mais sofre com a crise. De acordo com Furlan, as indústrias estão sem competitividade e por isso começam a demitir. "Em Limeira, elas estão fazendo isso em pequena escala, mas há demissões, sim. O setor de comércio e serviços ainda está conseguindo manter os empregos, mas já há sinais que isso não deve continuar", diz.

Na opinião do diretor do Ciesp, a cidade tem uma particularidade, pois concentra vários setores industriais e, como tem uma diversificação maior, não há tantos prejuízos.

EMPRESAS

Na região, a Caterpillar, em Piracicaba, irá demitir 750 empregados até setembro, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba. A empresa alega que a produção está caindo e há muita máquina no pátio", diz o presidente do sindicato, José Florêncio.

O Jornal de Limeira entrou em contato com várias empresas na cidade, mas nenhuma quis se manifestar sobre demissões. A exceção foi a Maxion Wheels (antiga Fumagalli), que informou, por meio de nota enviada por sua Assessoria de Imprensa, que "os desligamentos ocorridos em 2014 ocorreram, principalmente, devido ao atual momento econômico do país, o que impactou expressivamente o setor automotivo. Com este cenário, onde o mercado apresentou uma queda acima de 15% do volume de produção previsto para este ano, foi necessário adequar o quadro de colaboradores para esta nova realidade."

A nota cita ainda que a Maxion Wheels "afirma o seu compromisso com a comunidade, como foi anunciado no dia 5 de junho, com o investimento em uma nova fábrica de rodas em Limeira, o que proporcionará novas oportunidades de emprego para os profissionais da cidade e região." 


Fonte:  Jornal de Limeira - 30/07/2014


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