OTTAWA — Junto à consternação pelo ataque na quarta-feira ao Parlamento do Canadá, em Ottawa, a população celebrou o surgimento de um novo herói nacional. De acordo com relatos, o sargento Kevin Vickers, de 58 anos, disparou contra o atirador Michael Zehaf-Bibeau, que morreu na sequência. Ele foi aplaudido de pé por vários minutos em uma sessão no Parlamento nesta quinta-feira. Logo depois, os parlamentares fizeram um minuto de silêncio pelo cabo do Exército morto Nathan Cirillo.
Durante o tiroteio, Vickers, ex-membro condecorado da polícia canadense, pegou uma arma seu escritório e atirou em Bibeau, um homem de 32 anos convertido ao Islã e com antecedentes criminais. Imagens de TV mostraram o sargento com a arma na mão e “colocando ordem à situação”, como descreveram meios locais. Em seguida, ele ligou para a mãe para dizer que estava seguro.
No Twitter, ministros e deputados creditaram a Vickers a fato de suas vidas terem sido salvas.
— Seu papel pode parecer cerimonial, até mesmo algo como um anacronismo — disse Elizabeth May, líder do Partido Verde, que conhece Vickers por anos. — (Mas) ele está sempre à espreita. Ele pensa em segurança com uma antena de 360 graus. Se há alguém que você quer com você quando há problemas, seria Kevin Vickers.
Vickers ocupa desde 2006 o cargo de “sargento de armas do Parlamento”, um cargo simbólico de herança da monarquia britânica, que o obriga a se vestir de preto, usar chapéu e espada, para escoltar o presidente da Câmara dos Comuns durante sessões parlamentares.
O sargento tem uma longa trajetória na polícia canadense. Ele trabalhou em muitos casos de assassinato, em operações de combate ao narcotráfico e à luta contra o tráfico de mulheres no país.
“Demos graças a Deus e também ao sargento Kevin Vickers e às forças de segurança”, afrimou o ministro da Justiça em sua conta Twitter.
ATAQUE ENVOLVEU APENAS UM ATIRADOR
A polícia canadense afirmou nesta quinta-feira que o ataque ao Parlamento foi realizado por apenas um atirador. Por horas o prédio ficou fechado na quarta-feira, enquanto policiais procuravam possíveis cúmplices e ordenavam às pessoas que evitassem o centro de Ottawa.
Antes de invadir o Parlamento, Michael Zehaf-Bibeau disparou contra o militar Nathan Cirillo, que fazia a guarda do Memorial Nacional de Guerra, que fica ao lado.