28/08/2014 06h06 - Atualizado em 28/08/2014 08h06

Preço baixo do feijão desestimula produtores de MG a plantar

Do início do ano até agora, o preço da saca de 60 quilos caiu 44%.
Em Unaí, a estimativa é que 70 mil toneladas de feijão estejam estocadas.

Do Globo Rural

Produtores rurais de Unaí, em Minas Gerais, já pensam em reduzir a área plantada com feijão. O preço caiu muito e mais de 70 mil toneladas do grão estão estocadas nas fazendas à espera de comercialização.

Pelo ritmo das máquinas na lavoura dá para ver que a safra foi farta. Na fazenda de Dirceu Gatto ainda há feijão para ser colhido, o aumento na produção foi de 8%, mas na hora de vender, ele contabiliza prejuízo.

A produtividade é de 50 sacas por hectare e o custo de produção por saca é de R$ 75. O problema é que no mercado esta mesma saca não consegue ser vendida por mais de R$ 70, matemática que tem gerado prejuízo e feito o produto rural repensar a atividade. “Não é o momento de investir nessa cultura. É o momento de observar o mercado e deixar as coisas acontecerem”, lamenta Dirceu.

Minas Gerais é o segundo maior produtor de feijão, só fica atrás do Paraná. No galpão da Cooperativa Agrícola de Unaí estão estocados grãos colhidos agora, na safra irrigada, e também entre os meses de janeiro e fevereiro. Do início do ano até agora, o preço da saca de 60 quilos caiu 44% e a estimativa é que 70 mil toneladas de feijão ainda estejam estocadas nas fazendas do município à espera de comercialização.

Na fazenda de Alcides Ribeiro tem estoque no barracão e máquina no campo. Ele espera colher 15 mil sacas, mas se o preço não melhorar, já pensa em reduzir a área plantada na próxima safra. "Não pretendo plantar porque não fecha custos, eu não vou plantar para ter prejuízos", diz.

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