Política

Criança morre em hospital em Linhares (ES) que não tinha pediatra

Prefeitura informou que “vai apurar o caso e tomar todas as medidas cabíveis”

VITÓRIA - Uma criança morreu após ter complicações cardíacas no Hospital Geral de Linhares, no norte do Espírito Santo, porque não havia pediatra para atendê-la. A família contou que Bárbara Agostinho Coitinho, de 10 anos, deu entrada no hospital na tarde de domingo e foi atendida por um neurocirurgião, já que não havia pediatra de plantão. À noite, a menina teve complicações, mas o neurocirurgião não foi mais localizado.

- Ela entrou às 15h, foi medicada por um neurologista, que prescreveu o medicamento. Depois eu não vi mais o médico. Dizem que ele saiu às 18h, e o plantão dele era até as 7h do dia seguinte. Ninguém achou mais o médico. Lá pelas 20h ela morreu - lamentou o pai da criança, Marcos Coitinho, em entrevista à TV Gazeta Norte, afiliada da TV Globo em Linhares.

O pai disse que foi informado da morte da filha por dois enfermeiros, que ficaram sensibilizados com a situação. Ele acredita que a morte poderia ter sido evitada se o neurocirurgião estivesse no hospital.

- Ele não podia deixar o hospital sem cumprir o plantão - relatou o pai.

A prefeitura de Linhares, que administra o hospital, lamentou o ocorrido e informou que "vai apurar o caso e tomar todas as medidas cabíveis". A prefeitura disse ainda que o hospital ficou sem nenhum pediatra durante todo o dia de ontem, mas não explicou por qual motivo. As crianças eram atendidas por clínicos de plantão.

Além de enfrentar a morte da filha, os pais ainda passaram pela angústia de liberar o corpo da criança, que ficou na enfermaria até às 9h de segunda-feira. Segundo a família, o corpo só pôde ser liberado pelo médico que fez o primeiro atendimento, mas ele não estava no hospital.

Outros pais que estavam com os filhos no Hospital Geral de Linhares também relataram problemas no atendimento. Eles afirmam que sempre faltam pediatras aos sábados e domingos.

- Vim duas vezes, ela está com a febre muito alta e não tem nenhum médico para atender", disse a dona de casa, Luzinete Flora, que levou a filha até o hospital.