A Comissão de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal (CMABEA), da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB-AL), está investigando uma denúncia de maus-tratos a animais cometidos por funcionários da Prefeitura de Coqueiro Seco, interior de Alagoas. De acordo com a presidente da comissão, Cristiane Leite, a informação repassada por moradores da cidade é de que cachorros que estão nas ruas são agredidos, amarrados e levados para um canavial na cidade de Pilar, município vizinho.
A reportagem do G1 entrou em contato com o prefeito Renato Tadeu Fragoso e Silva, o Tadeu Fragoso (PTB), mas as ligações não foram atendidas. O secretário de Administração da cidade, Paulo Palmeira, falou, por telefone, que não tem conhecimendo de que animais estejam sendo recolhidos na cidade. Ele disse que, se isso acontecer, não tem relação com a prefeitura. "A prefeitura não tem atuação em controle de animais, muito menos está fazendo essa ação de levar os cachorros para outra cidade", disse.
Segundo Cristiane, uma conselheira tutelar e moradora do município, Maysa Vanessa, reuniu provas e testemunhas suficientes para que o órgão leve a denúncia ao Ministério Público Estadual de Alagoas (MP-AL).
“O nosso pedido tem fotos e testemunhas que sabem tudo. É um absurdo o que está acontecendo e a forma com que as autoridades do município estão descartando os animais de rua. Os animais estão sendo recolhidos bruscamente, com violência, e jogados no meio de um matagal para acabarem de morrer. Onde já se viu isso?”, questiona.
À reportagem do G1, Maysa Vanessa afirma que conversou com o secretário de Administração, Paulo Palmeira, que confirmou que a medida estava acontecendo para evitar que os animais ofereçam riscos à saúde da população. “A praça era cheia de animais, hoje não tem mais nenhum nas ruas. O que estão fazendo é um crime e todos os moradores estão inconformados com essa situação”, afirma.
A respeito da afirmação da conselheira, Palmeira negou que ela estivesse conversado com ele sobre o assunto. "Soube de alguma coisa dessa denúncia pela rede social, mas nem me aprofundei porque isso não é da prefeitura. Não teria como confirmar uma coisa que não foi feita pela administração do município", rebateu.
A conselheira Maysa Vanessa disse que várias pessoas a procuraram para relatar que os animais estavam sendo jogados em outra cidade. “Além de agredirem os animais, os funcionários jogam eles sem água e comida em outra cidade. Isso tem que acabar”, afirma.
