Rio

Vídeo mostra momento em que suspeito joga mala com corpo de criança no Engenho Novo

Agatha Nicole Silva Victorino, de apenas 6 anos, foi morta após levada de casa por um homem conhecido na vizinhança
Agatha Nicole Silva Victorino, de apenas 6 anos. Ela foi morta e o corpo colocado dentro de uma mala Foto: Reprodução
Agatha Nicole Silva Victorino, de apenas 6 anos. Ela foi morta e o corpo colocado dentro de uma mala Foto: Reprodução

RIO - Um vídeo mostra o momento em que o suspeito da morte da menina Agatha Nicole Silva Victorino, de apenas 6 anos, lança a mala onde estava o corpo da criança num rio na Avenida Marechal Rondon, no Engenho Novo, Zona Norte do Rio. É possível vê-lo caminhando pela rua, lançando o objeto e depois seguindo em frente, aparentando calma. As imagens foram registradas pela câmera de segurança de um ferro-velho.

Luane Cristine Silva Victorino, de 23 anos, mãe da menina, chegou ao Instituto Medico-Legal (IML) por volta das 11h10 para fazer a liberação do corpo de Agatha. Ela contou que foi achado biscoito na mala, junto ao corpo da menina. Ela acredito que tenha sido usado para atrair a criança:

— Ele me ajudou a procurar minha filha. Quando vi o vídeo, percebi que o homem que jogou a mala foi um dos que ajudou a procurar. Ninguém conhece ele, ninguem nunca viu antes. Dentro da mala tinha biscoito. Ele deve ter oferecido para ela e ela aceitou — disse.

Luane disse acreditar na punição do suspeito de matar sua filha:

— Só pode ser um maníaco, um monstro. Ele vai pagar. Tudo o que ele fez com a minha filha, ele vai pagar. Vai porque Deus é justo.

A jovem contou, ainda, que estava procurando a menina desde o fim da tarde. Era 22h19 quando uma mulher avisou que um homem tinha jogado uma criança dentro de uma mala no valão.

— Eu corri até lá, gritei o nome dela e ouvi ela respondendo. Os bombeiros tiraram ela e disseram que o coração ainda estava batendo. Ela morreu naquele momento. Fica a saudade. O jeitinho dela, sempre carinhosa com todo mundo, respeitando todo mundo — disse, chorando muito.

Mais cedo, Luane usou seu perfil no Facebook para desabafar sobre o crime. Ela fez uma postagem na rede social em que diz: "Quero minha filha de volta".

Logo depois seu desabafo na rede social, Luane compartilhou uma postagem que falava sobre a tragédia. Dezenas de pessoas logo se manifestaram, desejando forças para ela. Luane tem outros dois filhos: uma menina de 3 anos e um menino de 1.

O corpo de Agatha foi encontrado, na madrugada desta sexta-feira. A menina estava desaparecida desde as 17h desta quinta, após ser levada do quintal de casa, na Rua 24 de Maio, também no Engenho Novo.

'Quase sequei de tanto chorar', diz avó

Avó materna da menina, Edir Silva dos Santos, de 44 anos, estava saindo de um culto na Assembléia de Deus de Jardim Metrópoles, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, quando foi avisada por uma sobrinho, por volta das 22h, sobre o desaparecimento da neta.

— Assim que soube comecei a orar. Não queria que ela fosse mais uma criança desaparecida. O coração de nenhuma avó aguenta isso. De madrugada veio a notícia. Eu quase sequei de tanto chorar. Agatha foi minha primeira neta. Troquei muita fralda dela. Quando minha filha se mudou para o Engenho Novo, pedi para que continuasse me visitando. Ela me visitava sempre. Era muito esperta, muito agitada. A gente sempre falava para ela não ir com estranhos. A gente espera que a justiça seja feita. Primeiro a dos homens e depois a de Deus — disse ela.

Já a avó paterna, Flavia Cristina de Oliveira Reis, de 40 anos, lembrou da última vez que esteve com Agatha:

— Minha primeira neta se foi. No final de semana ela estava lá em casa, na Penha, e se divertiu muito na festa de três anos da irmã (por parte de pai). Ela só ia lá para casa de vez em quando, quando a mãe dela deixava. Mas era minha primeira neta. E agora se foi. É uma dor muito grande. Espero que peguem quem fez isso com ela.