• Redação Globo Rural
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gado-botulismo (Foto: Marca 7/Divulgação)

Iagro suspeita que a intoxicação teria ocorrido quando os animais ingeriram ração de milho úmida, que estava embolorada (Foto: Marca 7/Divulgação)

A Fazenda Monica Cristina, em Ribas de São Pardo, no Mato Grosso do Sul, registrou a morte de mais de mil cabeças de gado entre os dias 2 e 5 de agosto por suspeita de botulismo. De acordo com uma nota de esclarecimento publicada nesta terça-feira (8/8) pelo proprietário Persio Tosi, as mortes estão estabilizadas e a contagem final dos animais está sendo apurada.

gado-botulismo (Foto: Marca 7/Divulgação)

(Foto: Marca 7/Divulgação)

O Setor de Anatomia Patológica da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul encaminhou à Unidade Laboratorial de Raiva e Botulismo do Laboratório de Diagnósticos de Doenças Animais e Análises de Alimentos (LADDAN/IAGRO) amostras do rebanho com suspeita clínica de botulismo.

O presidente do Iagro, Luciano Chiochetta, e o superintendente da Delegacia Federal de Agricultura, Celso Martins, também foram notificados. 

Segundo Tosi, o caso é isolado e "não há o que preocupar-se em termos de doença desconhecida ou qualquer epidemia". Apesar das suspeitas clínicas de botulismo, o criador aguarda os laudos e diagnósticos dos técnicos convocados. O Iagro ainda suspeita que a intoxicação teria ocorrido quando os animais ingeriram ração de milho úmida, que estava embolorada. O Instituto deve divulgar o resultado dos testes nas próximas semanas.

gado-botulismo (Foto: Marca 7/Divulgação)

(Foto: Marca 7/Divulgação)

Todos os animais da propriedade, incluindo os do confinamento, já haviam sido vacinados individualmente. Tosi afirma que todas as previdências foram tomadas e os animais mortos enterrados em valas de 4 metros de profundidade. 

Confira o histórico do caso, segundo o Iagro

1. No dia 03/08/17 foram encaminhadas à Unidade Laboratorial de Raiva e Botulismo do Laboratório de Diagnósticos de Doenças Animais e Análises de Alimentos – LADDAN/IAGRO, amostras provenientes do município de Ribas do Rio Pardo para diagnóstico diferencial de raiva e botulismo. Essas amostras foram encaminhadas pelo Setor de Anatomia Patológica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com suspeita clínica de botulismo;

2. No dia 04/08/17, a Unidade Veterinária Local de Ribas do Rio Pardo deslocou-se até a propriedade para verificação da notificação e providências cabíveis. Foi relatado pelo responsável da propriedade que a mesma possui 1700 bovinos em sistema de confinamento e que até a presente data já haviam morrido 600 animais;

3. Neste mesmo dia foram encaminhadas ao LADDAN mais amostras dos animais, além de porções dos ingredientes que compõe a ração fornecida a estes, provenientes da mesma propriedade.

4. No dia 07/08/17 a equipe da IAGRO deslocou-se novamente à propriedade, onde foi constatada a morte de mais 500 animais, perfazendo um total de 1100 bovinos. Vale ressaltar que também havia lotes de bovinos e ovinos fora do confinamento, que não apresentaram nenhuma sintomatologia e ou morte. Nos demais animais da propriedade não foram constatadas doenças infectocontagiosas.

Com relação à suspeita, o botulismo é uma toxinfecção, ou seja, o animal adquire a doença por meio da ingestão de toxinas produzidas pela bactéria do gênero Clostridium em condições de anaerobiose.

Vale ressaltar que essa toxina se liga à neuroreceptores presentes na musculatura, impedindo contração muscular, causando paralisia flácida e levando a óbito. Os sintomas clínicos aparecem de 1 a 17 dias após a ingestão do alimento contaminado, dependendo da quantidade de toxina ingerida pelo