Quem é o youtuber preso em Florianópolis por estupro de crianças

Descrito pela polícia como "coach de games", Raulzito atraía o publico infantil em vídeos e lives de jogos populares; SBT anunciou demissão

A DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), da Polícia Civil do Rio de Janeiro viajou mais de 14 horas nesta terça-feira (27) para prender Raulino de Oliveira Maciel, em Florianópolis, por suspeita de estupro de duas crianças.

Mais conhecido como “Raulzito”, o influenciador possui milhares de seguidores no Youtube, Instagram e Twitch, onde ele é conhecido por produzir conteúdos sobre games, com foco no público infantil.

“Raulzito” produz conteúdos de jogos eletrônicos e é conhecido no meio digital – Foto: Reprodução/Instagram“Raulzito” produz conteúdos de jogos eletrônicos e é conhecido no meio digital – Foto: Reprodução/Instagram

Em seu canal no Youtube, que conta com mais de 145 mil inscritos, Raulzito costumava publicar diversos vídeos de “gameplays” – onde mostrava sua jogatina com narração e comentários – além de outros desafios e tendências com crianças.

Na Twitch, maior plataforma de streaming, ele também era ativo em ‘lives’ dos jogos mais populares, principalmente o Fortnite. Lá, possui mais de 116 mil seguidores.

Sua vida pessoal, e também alguns conteúdos sobre o mundo de jogos eletrônicos, são acompanhados por mais de 208 mil pessoas no Instagram.

O influenciador também fazia parte do SBT Games, onde apresentava um programa. Depois da prisão de Raulzito, a emissora emitiu uma nota, que informa o desligamento dele como membro da equipe.

Contato com crianças alegando ser de emissora

Na nota do SBT, além da informação da demissão de Raulzito, a empresa também destaca que “ele era produtor de conteúdo não exclusivo da plataforma, não tendo nesta condição direito algum em usar o nome da emissora em negociações fora das propriedades do SBT Games.”

Esse ponto é baseado na parte da investigação da polícia que aponta que o influenciador “forçava contato com as crianças e lhes prometia acesso a trabalhos em sua área de atuação, alegando, inclusive, ser contratado de uma grande emissora de TV”.

A polícia também destacou que o influenciador era auto intitulado como “coach de games”. Ele possui uma assessoria de games mirins, inclusive aparecendo frequentemente ao lado de crianças em fotos no Instagram, com a temática de jogos ou “cosplays”.

Denúncias de estupro

A DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima) recebeu relatos de estupro por parte de duas crianças menores de 12 anos.

A mãe de uma das vítimas informou à polícia que, segundo as palavras do próprio filho, os abusos ocorreram de fevereiro até meados de maio.

Esta denúncia se somou ao relato de uma outra vítima, que confirmou na delegacia que havia sofrido abusos sexuais.

De acordo com as informações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, os crimes ocorreram tantas vezes que ambos denunciantes não souberam ordenar cronologicamente os fatos.

As vítimas informaram que os abusos ocorreram em Niterói (RJ) e São Caetano do Sul (SP).

Possibilidade de mais vítimas

Conforme as informações da investigação policial, os dois denunciantes revelaram os abusos em Depoimento Especial, disposto na Lei 13.432/17, que garante sigilo absoluto.

Eles afirmaram ainda que haveriam mais vítimas, entre elas, atores mirins de teatro, cinema e TV com vários trabalhos realizados e em andamento. A polícia informou que as demais crianças ainda não foram intimadas.

Todas as supostas vítimas têm as seguintes características em comum: realizam trabalhos artísticos, têm idades entre 10 e 14 anos, pele branca, cabelos lisos e longos.

Prisão em Florianópolis

Diante dos relatos, o delegado titular da DCAV, Adriano França, representou por cautelares de Busca Domiciliar e Mandado de Prisão Temporária por 30 dias a serem cumpridos, inicialmente, em São Paulo.

No entanto, “Raulzito” não foi encontrado em sua casa, em São Caetano do Sul. Um dia antes da prisão ser decretada, ele viajou para a Capital catarinense.

Os policiais viajaram por 14 horas até Florianópolis, onde conseguiram efetuar a prisão do youtuber.

O delegado titular da DCAV, Adriano França, afirmou que espera identificar outras vítimas no Rio de Janeiro e em São Paulo durante o curso do inquérito policial.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro ressalta, porém, que não pode dar mais detalhes para não atrapalhar as investigações em curso, e por se tratar de um procedimento sigiloso.

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