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Por GloboEsporte.com — Aracaju


A ginástica rítmica teve um ano e tanto. Assim como canta Roberto Carlos, foram tantas emoções. E no embalo das músicas em busca da sincronia perfeita com os aparelhos e entrosamento da seleção de conjunto veio uma grande evolução.

A modalidade vem em uma crescente constante, em especial em Sergipe, que foi o estado que a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) escolheu para acolher as meninas do Brasil faz tempo e, pelo visto, não há interesse algum em mudar a sede, pois tem dado certo. O GloboEsporte.com traz para você a partir de agora uma breve retrospectiva sobre o início do ciclo "Tóquio 2020".

Brasil Mundial de ginástica rítmica de Pesaro — Foto: Ricardo Bufolin / CBG

Retrospectiva - GR de conjunto

O novo ciclo olímpico começou com um resultado de expressão em 2017. O primeiro desafio foi a Copa do Mundo de Kazan, na Rússia. Lá, as ginastas do país alcançaram vaga nas finais e fecharam a campanha na sétima posição (15,250), superando equipes mais tradicionais, como a Espanha, medalha de prata nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, no ano passado. No novo conjunto, apenas Jéssica mayer e Francielly Machado eram veteranas e estiveram na Rio 2016. O restante do grupo é formado por novatas, algumas delas disputaram pela primeira vez uma competição fora do país.

Em setembro, as meninas do Brasil terminaram na 13ª posição geral no Mundial em Pesaro, na Itália. Na mesma competição, a Espanha (prata na Rio 2016) e a Alemanha ficaram atrás. O grupo comandado pela treinadora Camila Ferezin teve um resultado expressivo no primeiro Mundial do novo ciclo olímpico, em Pesaro (Itália) no mês de setembro, e terminou na 13ª posição no geral, à frente de potências da modalidade como Alemanha e Espanha, vice-campeã olímpica. Vale lembrar que na Olimpíada do Rio, a equipe ficou em nono lugar, mas apenas 14 times participaram, enquanto no Mundial foram quase 30.

Brasil Mundial de ginástica rítmica de Pesaro — Foto: RicardoBufolin / CBG

E, pra fechar com chave de ouro, o grupo comandado por Camila Ferezin foi buscar três medalhas nos Estados Unidos. Foram dois ouros, um na três bolas e duas cordas e outro no all around, e uma prata, nos cinco arcos no Pan-Americano de Daytona Beach.

Seleção brasileira é ouro no Pan de ginástica rítmica — Foto: Divulgação

- Nosso início de ciclo foi muito bom. Conseguimos manter a hegemonia na América e melhorar nossa posição no Campeonato Mundial. Em 2018, queremos fechar o grupo para o resto do ciclo olímpico e minha expectativa é que pela primeira vez consigamos realizar este feito. Sendo assim não tenho dúvidas que conseguiremos atingir ainda melhores resultados no próximo ano - analisou Camila Ferezin.

Influência em Sergipe

Ser sede da seleção brasileira de ginástica rítmica de conjunto tem aumentado a cada dia não só o número de crianças ingressando na modalidade, mas também uma busca em aprimorar a teoria e prática dos técnicos e atletas. Com isso, a capital sergipana recebeu alguns eventos.

Aracaju recebe 7ª edição de festival de ginástica rítmica — Foto: Victor Caldas

Um colégio no Bairro Jardins recebeu a sétima edição de um festival de GR que contou com cerca de 100 estudantes, dos quatro aos quinze anos, pois A modalidade tem crescido bastante nas escolas do estado, sendo praticada para competições ou apenas como recreação. No festival, os participantes puderam aprender mais sobre a modalidade, a importância da prática e como a GR pode ser utilizada das mais diversas formas com as crianças e adolescentes nas escolas.

O outro evento foi com a ginasta ucraniana Natália Godunko. Ela esteve em Aracaju de 12 a 14 de dezembro para palestrar na quinta edição da clínica internacional de ginástica rítmica. Da mesma forma que fez em Londrina alguns dias antes. Natália tratou de diversos assuntos como: dificuldade do aparelho, lançamentos com aparelho, flexibilidade, preparação física específica e geral, dificuldades corporais e exercícios para coordenação motora e agilidades.

Clínica internacional de ginástica rítmica em Aracaju — Foto: Divulgação

Visita ilustre
Em julho, quem esteve na capital sergipana foi a ginasta Natália Gaudio (reveja a entrevista dela no GE SE). Ela passou por uma avaliação técnica. Na ocasião, a coordenadora de Seleções de Ginástica Rítmica da CBG, Camila Ferezin, e alguns árbitros internacionais fizeram a "inspeção" no Centro Nacional de Treinamento.

A avaliação seria em junho, mas ela ainda estava se recuperando de uma lesão. A seletiva fez parte das etapas que ajudaram a definir as atletas que representariam o Brasil nos seguintes campeonatos: o Mundial em agosto, na Itália, o Pan-Americano em outubro, nos Estados Unidos, e o Sul-Americano em setembro, na Bolívia.

Em Aracaju, Natália Gaudio fala sobre lesão e próximas competições internacionais

Em Aracaju, Natália Gaudio fala sobre lesão e próximas competições internacionais

Prata da casa em ascensão
Maria Lua começou na modalidade em 2015. De lá pra cá, foi destaque em todas as competições que participou, sendo campeã do Torneio Sergipano e da Copa Marista Internacional, onde obteve a maior nota do torneio, ficando com o título da categoria Mirim. No ano passado, Maria Lua, ainda aos 8 anos, foi campeã do individual geral nos Jogos da Primavera, na categoria de 9 a 11 anos, e campeã sergipana, também no individual geral, na Pré-Infantil.

Maria Lua tem apenas 9 anos — Foto: Arquivo Pessoal/Iracema Alves

Aos 9 anos, em julho deste ano ela conquistou uma medalha de ouro no aparelho arco e outro ouro na disputa por equipes durante o Sul-Americano de G realizado em Guayaquil, no Equador. Além disso, a sergipana ficou em quarto lugar no aparelho bola e obteve a quinta colocação no individual geral. Esta foi a primeira vez que Maria Lua Alves participou da competição, sendo que é a única nordestina da delegação brasileira. A vaga foi conquistada pelos bom resultado da sergipana no Brasileiro de GR 2016.

Nova formação

A partir de janeiro a seleção brasileira de ginástica rítmica de conjunto selecionou recentemente cinco atletas para a nova temporada. Elas vão se juntar às quatro ginastas que permaneceram na equipe. Os resultados citados nesta retrospectiva mostram uma evolução constante da seleção, em especial em 2017, conquistando bons resultados.

A influência e intercâmbio das ginastas no estado tem sido tão forte que nesta avaliação realizada no Centro Nacional de Treinamento da modalidade em Aracaju duas sergipanas foram chamadas para os testes. Uma delas foi convocada: Victoria Anderson S. Borges, do Club Sportivo Sergipe. Segundo a CBG, apesar da nova formação, o trabalho que já foi feito até agora terá continuidade, apenas com a manutenção para a evolução da equipe. Victoria tem 15 anos e está na modalidade há 10 anos.

Victória Borges é convocada para seleção brasileira de ginástica rítmica — Foto: Reprodução / Thalyta Almeida

O clube dela obteve um resultado inédito para o estado, a primeira vez que foi representado no pódio em 14 anos de participações na edição nacional dos Jogos Escolares. O Club Sportivo Sergipe foi vice-campeão por equipes na competição que foi realizada em Brasília, no mês passado. Ihane Silva foi vice-campeã geral e ao lado de Victoria Kamilly Nunes conquistou o vice-campeonato por equipes.

- Acredito que essa convocação seja reflexo do fato da Seleção de Conjunto estar concentrada aqui em Aracaju. É natural que a ginástica rítmica tenha se desenvolvido muito estes últimos anos na cidade. É um privilégio ter as referências da América tão perto - comentou a treinadora da seleção de conjunto de GR.

A nova formação tem as seguintes atletas: Alessandra Maria Corrêa - AGIBLU (SC), Débora Medrado - Escola de Campeãs (ES), Gabriela Paixão - GNU (RS), Nicole Pircio Duarte - Unopar (PR), Victoria Anderson S. Borges - C.S.S (SE), que se juntarão à Alanis Popper C. Ávila - AGIN/NORSUL (SC), Francielly Machado Pereira (Italo-Brasileiro (ES), Gabrielle Moraes -Unopar (PR) e Jéssica Maier Agiblu (SC). A comissão técnica é formada pela treinadora Camila Ferezin, a assistente técnica Bruna Rosa e a coordenadora do comitê de GR (CBG), Renata Teixeira.

Seleção brasileira de conjunto de ginástica rítmica — Foto: Divulgação/CBG

- Vamos manter as músicas e aprimorar as coreografias, para podermos ter um tempo de treinamento dedicado aos aparelhos que vamos utilizar em 2019 e 2020, que serão primordiais para a classificação olímpica - destacou a técnica Camila Ferezin.

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