De acordo com um levantamento do GloboEsporte.com, em 2015, o Rio Branco levou em média 2.642 torcedores aos jogos no Engenheiro Araripe e no Kleber Andrade. O número é 293% maior que a média das temporadas 2013, 14, 16 e 17 - 672,2 por jogo.

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Curiosamente, a pior média no período não foi em 2014, quando o Brancão jogou a Série B. Em 2013, no ano em que completou 100 anos de história, o Rio Branco levou apenas 604 pagantes aos estádios (veja no gráfico abaixo).

Em números gerais, entre os clubes que jogaram todas as últimas cinco temporadas, o Rio Branco é o com a melhor média de público pagante - 1.091 contra 1.025 da arquirrival Desportiva Ferroviária. Neste período, como mandante, o Brancão levou aos estádios 77.461 capas-pretas.

Capixabão Série A

Quando o assunto é o Campeonato Capixaba, os números de 2015 mostram o pontencial de mobilização do Gigante Capa-Preta. Foram 2.369 torcedores em média em cada jogo da campanha do 37º título estadual. Além disso, na competição, o Brancão registrou dois dos cinco maiores públicos das últimas cinco temporadas - 12.849, na partida de volta da final, contra a Desportiva Ferroviária, e 4.375, diante da mesma rival.

Dentro da análise dos públicos no Capixabão, um fato curioso é em relação a 2013 e 2017, ano que o Rio Branco foi rebaixado. Os números são muito superiores a 2016, que o time chegou a avançar para o hexagonal semifinal - 724 (2013) e 850 (2017) contra 490 (2016) de média.

Para o torcedor Lucas Negrelli, que é integrante da Comando Alvinegro, as médias foram maiores nos anos dos rebaixamentos porque os capas-pretas ainda acreditavam que poderiam evitar as quedas.

- Penso que pelo time ainda ter chance de não ser rebaixado (não em 2013, que na última rodada o público foi baixo), a torcida ainda acreditava em se livrar da série B. E, em 2016, mesmo sendo campeão e ido para Série D no ano anterior, o campeonato não foi bom, o time ganhava mas parecia que não estavam querendo jogar, fora a desconfiança com os técnicos da competição. Primeiro Alexandre Grasselli, que chegou prometendo mundos e fundos mas não convenceu, e depois o Flávio Annunziata, que teve grandes problemas com a torcida, inclusive perdendo de goleada para o maior rival - declarou Lucas.

Copa ES

Nas últimas cinco temporadas o Rio Branco-ES jogou a Copa Espírito Santo em quatro oportunidades. Apenas em 2015, quando estava na Série D, o clube optou por não jogar. Nas demais, o Capa-Preta levou em média aos estádios 797 pagantes por jogo.

O melhor ano foi 2014, que coincidiu com a inauguração da reconstrução do Kleber Andrade. Nesta edição da Copa ES, o Brancão fez dois jogos no estádio, incluindo o primeiro oficial contra o São Mateus, onde foi registrado o público pagante de 4.412.

Em 2016, quando o Rio Branco sagrou-se campeão da Copa ES, os públicos das semifinais e finais salvaram a média do clube que vinha sendo de 222 pagantes por jogo. No desfecho da campanha vitoriosa, o Capa-Preta terminou com 517 torcedores por partida (veja no gráfico abaixo).

Competições nacionais

Com exceção de 2015, nos últimos cinco anos o Rio Branco-ES fez campanhas irregulares e isso foi determinante na participação do clube em competições nacionais. Porém, quando jogou, a torcida capa-preta compareceu.

Na Série D do Campeonato Brasileiro 2015, o Rio Branco-ES chegou às oitavas de final e levou aos jogos no Engenheiro Araripe e no Kleber Andrade uma média de 2.555 torcedores por jogo.

Em 2016, quando enfrentou o Santa Cruz (assista) na primeira fase da Copa do Brasil, 1.734 capas-pretas enfrentaram um verdadeiro temporal, na partida de ida, no Klebão. Em 2017, o Brancão fez a sua estreia na Copa Verde, mas a torcida ficou devendo. Contra o fraco Tocantins, foram 794 pagantes no Kleber Andrade, e diante do forte Luverdense, da Série B do Brasileirão, apenas 70 torcedores foram ao estádio. O público deste jogo foi tão pequeno que foi o segundo menor, registrado nos últimos cinco anos.

Desafio para 2018

Por conta da campanha irregular e do rebaixamento, no Campeonato Capixaba 2017, o Rio Branco-ES vai ter que jogar a Série B, no primeiro semestre de 2018. E, antes mesmo de conhecer os seus adversários e a tabela da competição, a diretoria capa-preta trabalha para trazer o torcedor para o estádio.

O diretor social Ivan da Silva Rangel explica que uma das estratégias do clube é a promoção na venda antecipada de ingressos. O Rio Branco, que em 2014, quando disputou a Série B, teve uma média de apenas 222 pagantes, sonha em se aproximar dos 1000 torcedores por jogo, número do Serra, em 2017.

- Estamos tentando aprovar a venda antecipada dos ingressos na primeira fase, pagando meia, assim que sair a tabela com a quantidade dos jogos as datas doa jogos e ingressos para sócio torcedor adimplentes. Acredito que dando certo a adesão, a renda fortaleceria o poder de investimentos do clube.

Além de ajudar o clube, a adesão do torcedor ajudaria a deixar no passado o trágico 2014. No ano de 2014, quando jogou a Série B, o Rio Branco teve quatro dos seus cinco piores públicos, em partidas das últimas cinco temporadas. O menor foi registrado na vitória magra de 1 a 0 sobre o modesto Unidos, de São José do Calçado. Na ocasião, apenas 27 torcedores pagaram ingresso na bilheteria do estádio Dr. Arthur Gerhardt, em Domingos Martins, local da partida.