O secretário de Aviação Civil, Dario Lopes, estimou que a concessão do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá) e mais quatro terminais regionais (Alta Floresta, Sinop, Rondonópolis e Barra do Garças), trará R$ 1,75 bilhão de investimos para o Estado. Ele esteve em Cuiabá nesta segunda-feira (31), onde foi alvo de protesto dos funcionários da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que são contra a entrega para a iniciativa privada.
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“A manifestação é legítima, tem que ser vista com tranquilidade. Não há projeto de privatização da empresa e sim de concessão de algumas unidades. Para o Ministério dos Transportes, o Brasil não pode abrir mão de uma estrutura pública aeroportuária. Queremos trazer a iniciativa privada para fazer apenas a gestão. Estamos projetando colocar R$ 1,75 bilhão. O governo não tem este dinheiro”, explicou o secretário.
“Até agora, em todos os locais que fizemos concessão, não tivemos demissão em massa. A secretaria tem visto com muitos bons olhos a relação entre a Infraero e os trabalhadores. Claro que tem pontos conflitantes, que nem tudo pode se chegar a um acordo. Mas tenho certeza que teremos um bom termo”, declarou.
O secretário ainda afirma que sem a privatização, problemas antigos permaneceriam. “Teríamos o que vocês estavam vendo que acontecia aqui em Cuiabá. Diversos problemas, obras inacabadas, entre outros. Os investimentos são necessários e o governo não tem este dinheiro para investir aqui. O potencial turístico é imenso”.
“Não podemos imaginar que Cuiabá é uma ilha. Ela faz parte de uma rede e por isso estamos estudando um modelo de concessão que irá englobar o terminal daqui com quatro do interior (Alta Floresta, Sinop, Barra do Garças e Rondonópolis). Estamos falando de R$ 1,75 bilhão de investimento neste conjunto. No primeiro instante, serão R$ 32 milhões em Alta Floresta, R$ 54 milhões em Barra do Garças, R$ 60 milhões em Rondonópolis e R$ 88 milhões em Sinop”, acrescenta o secretário.
Por fim, Dario Lopes destacou investimentos que ajudarão a desenvolver o turismo no estado. "Além disto, estamos investindo este ano R$ 8 milhões em Sinop para arrumar a faixa de pista e mais R$ 10 milhões entre Cáceres e Tangará da Serra. Antes, tínhamos problemas sérios aqui, hoje não temos mais. Precisamos colocar recursos para termos mais facilidade. Mato Grosso é um Estado turístico e necessita disto”
O protesto
O presidente do Sindicato Nacional dos Empregados em Empresas Administradoras de Aeroportos de Mato Grosso (Sina/MT), Denelson Aparecido Furlanetto, explicou que os funcionários se colocam contra a concessão: “É algo que não está dando certo no país, Viracopos foi devolvido por falta de pagamento. Aqui, estão tentando fazer a privatização com aeroportos do interior, que até pouco tempo não davam lucro. Quem compra, quer ganhar muito dinheiro. Se não der nada aqui, provavelmente eles não vão manter os terminais do interior”.
O sindicato representa aproximadamente 80 funcionários. “Nós já estamos tendo a demissão incentivada. Temos um acordo coletivo que até 2020 temos estabilidade. Porém, depois disto não temos ideia do que vai acontecer. As tarifas de conexão já aumentaram, taxa de embarque também deve aumentar com isto. No futuro, os passageiros serão os mais prejudicados, os custos sobem no aeroporto e dói no bolso das pessoas”.
O sindicato ainda lembra que as tarifas de embarque doméstico ficaram 45% mais caras nos aeroportos privatizados e as de embarque internacional subiram 65%. Explica ainda que as filas para embarque no aeroporto de Guarulhos (SP) aumentaram substancialmente, assim como as taxas dos hangares e pouso e decolagem.
“Nós vamos lutar. Investiram mais de R$ 80 milhões aqui e agora que está ficando bonito vai dar para a iniciativa privada? Vamos continuar lutando para que a privatização não aconteça e não prejudique o nosso terminal”, finalizou o presidente do sindicato.
